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Visitamos o hotel gaúcho de R$ 1,6 bilhão que oferece 'o que o dinheiro não pode comprar'

O Kempinski Laje de Pedra, em Canela, permitirá a seus clientes “expandir” seus apartamentos e utilizar residências também fora do Brasil

José Paim: "Durante milhares de anos, o imóvel foi um bem que não se mexia. Nós quisemos mudar isso" (Leandro Fonseca /Exame)

José Paim: "Durante milhares de anos, o imóvel foi um bem que não se mexia. Nós quisemos mudar isso" (Leandro Fonseca /Exame)

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 24 de junho de 2025 às 12h34.

Última atualização em 24 de junho de 2025 às 12h39.

Não foi com os olhos fechados a tendências que o empresário gaúcho José Paim construiu uma trajetória de sucessos no mercado imobiliário.

Nos anos 1990, levou a incorporadora Rossi à bolsa numa abertura de capital histórica. Nos anos 2000, criou a Max Haus, um marco na arquitetura flexível, em que cada apartamento podia ser moldado ao gosto do cliente.

Agora, Paim está à frente de mais uma empreitada ambiciosa, o Kempinski Laje de Pedra, um projeto imobiliário que une hotelaria com multipropriedade em Canela, na Serra Gaúcha. Ele recebeu a reportagem da EXAME numa noite fria de junho para apresentar sua nova tacada.

"O conceito do Laje de Pedra é absurdamente inovador", diz. "Durante milhares de anos, o imóvel foi um bem que não se mexia. Nós quisemos mudar isso".

Junto com José Ernesto Marino e Márcio Carvalho, Paim comprou o Laje de Pedra, hotel de luxo fundado em 1978 que já recebeu presidentes e festivais de música até entrar em declínio no século 21.

Como será o projeto

O projeto, agora, envolve o primeiro hotel da bandeira alemã de luxo Kempinski no Brasil, com cinco restaurantes, e um condomínio multipropriedade com apartamentos vendidos inteiros ou em frações. São no total 360 propriedades.

O preço de venda na primeira fase, que comercializou 33% do total de imóveis, chegou a R$ 100 mil o metro quadrado. O valor total de vendas previsto é de R$ 1,6 bilhão, segundo o empresário. A previsão de inauguração é no início de 2027.

Kempinski Laje de Pedra: empreendimento será inaugurado em 2027 (Leandro Fonseca /Exame)

A ideia, como explica Paim, é que o proprietário tenha liberdade para decidir quando usar o imóvel, quando disponibilizar para hóspedes e também quando utilizar mais área, utilizando imóveis disponíveis.

Além desta flexibilidade, o Laje de Pedra nasce com uma parceria com a empresa americana Third Home, de intercâmbio de residências de luxo. Ela vai permitir que os proprietários disponibilizem seus imóveis em troca de utilizar semanas em 17 mil residências de luxo mundo afora.

"Gosto de investir em coisas que o dinheiro não compra", descreve o empresário. "É um negócio inovador e com muitas barreiras de entrada. Não dá para ser comparado com outros projetos".

Aposta na cultura gaúcha

Para encantar os clientes interessados, o Laje de Pedra antecipou a inauguração de um de seus restaurantes, a churrascaria 1835. Num espaço que futuramente receberá a garagem do hotel, foi montado um restaurante de luxo, com 280 lugares, sofás, lustres de couro de ovelha, adega.

As paredes têm quadros dos pampas e também do bisavô e do tataravô do empresário, com família em Vacaria. O menu serve carnes tradicionais e inovações como salada de folhas na brasa e pudim de butiá, frutinha tradicional no Sul.

“Diferente de outros estabelecimentos da Serra, que apostam na cultura suíça e alemã, nós estamos na contramão. Nós somos expressão da cultura gaúcha. Luxo hoje em dia é você experimentar a cultura local de maneira elegante", diz.

Até a inauguração do complexo, o Laje de Pedra e a Serra Gaúcha têm o desafio de atrair de volta as levas de visitantes – dos mais aos menos endinheirados. Após as enchentes de 2024, é um desafio e tanto. Com décadas de experiência no mercado imobiliário, Paim segue apostando no longo prazo.

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