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Esta empresa ajuda jovens a construir uma carreira em e-sports — e não, não é como streamer

A W7M percebeu que, além de formar jogadores, havia uma lacuna significativa no desenvolvimento de profissionais para outras áreas do ecossistema

Jogadoras do Hub Serpro: mais de 290 meninas foram impactadas (W7M/Divulgação)

Jogadoras do Hub Serpro: mais de 290 meninas foram impactadas (W7M/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 20 de julho de 2025 às 05h53.

A organização de e-sports W7M Esports tem adotado um modelo de negócios que vai além da competição de jogos. Criada em 2017, a empresa, que começou focada no competitivo, agora é uma holding com várias frentes de atuação. Isso inclui equipes de e-sports, uma produtora de conteúdo, uma operação de mídia programática e iniciativas educacionais para o setor de jogos digitais.

Felipe Funari, CEO da W7M, explica que a ideia é criar um "ecossistema 360º", conectando games, publicidade e marcas em uma estrutura que possa gerar receitas de diferentes formas.

Antes de abrir a empresa, o paulista teve um bar de cervejas artesanais e trabalhou no setor de publicidade digital e mídia programática, mas foi atraído ao setor de games quando o mercado começou a expandir.

“Eu jogava RPG desde criança e, embora tenha me afastado dos games durante a faculdade, sempre tive amigos que continuaram. Quando decidimos empreender no setor, voltei a conversar com eles e entendemos o potencial do mercado”, diz Funari.

Como é dividida a holding?

A W7M evoluiu de uma empresa para uma holding, operando em quatro frentes principais. São elas:

  • W7M Esports: organização de e-sports com equipes competindo em diversos jogos, buscando títulos nacionais e globais;
  • JNTO: estúdio de projetos especiais, focado em desenvolvimento de linguagem gamer e conteúdo para marcas;
  • WakeUp: empresa especializada em mídia programática, com foco em publicidade digital e otimização de campanhas;
  • Trendspace: produtora de conteúdo vertical, focada em criar conexões entre marcas e públicos jovens.

A maioria do faturamento vem da mídia programática, com 40% da receita. A segunda maior, representando 12% do faturamento, é a produção de conteúdo.

Em 2024, a holding registrou um faturamento de R$ 72 milhões, com a meta de alcançar R$ 90 milhões até o final de 2025.
Jogadoras do Hub Serpro, da W7M

Carreira em e-sports: jovens podem explorar produção audiovisual, criação de conteúdo, gestão de eventos e mais (W7M/Divulgação)

Vagas no segmento de e-sports

Hoje, a W7M tem equipes que disputam campeonatos de "League of Legends" e "Rainbow Six Siege". Neste cenário, a marca compete com nomes como Loud, Furia e Pain Gaming, que atuam em vertentes de e-sports e entretenimento.

Mas Funari e a equipe perceberam que, além de formar jogadores, havia uma lacuna significativa no desenvolvimento de profissionais para outras áreas do ecossistema: produção audiovisual, criação de conteúdo, campanhas publicitárias, gestão de eventos e mais, muito além do streamer.

“Nosso objetivo é ampliar o olhar dos jovens para um leque de carreiras dentro dos games. Queremos ser a ponte para que eles vejam que o universo digital oferece diversas oportunidades de emprego que não se limitam ao mundo dos e-sports profissionais”, afirma Funari.

Criado em parceria com a Fundação Instituto de Educação de Barueri (FIEB), o projeto Gaming Experience oferece formação prática nas áreas de produção audiovisual, gestão de mídias sociais e organização de campeonatos. Ele recebeu investimento de R$ 1,5 milhão e já impactou mais de 300 jovens.

O Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) também tem trabalhado em parceria com a W7M para aumentar o número de jogadoras femininas nas competições de "Rainbow Six Siege" e "League of Legends". Por enquanto, 290 jogadoras foram impactadas pelo Hub Serpro, nome dado ao projeto com investimento de R$ 1 milhão.

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