Negócios

Zupi cresce 40% ao ano com foco em arte, design e criatividade

Com trabalhos para Casio, Ecko, Itaú Cultural e Max Haus, a Zupi mostra que há grandes marcas à procura de nichos

Expo Toy Rhinos 2010 no MuBE: ação de marketing para a marca Ecko Unltd (.)

Expo Toy Rhinos 2010 no MuBE: ação de marketing para a marca Ecko Unltd (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - Na adolescência, Allan Szacher e seu irmão Simon Szacher fundaram a "cards and labels". Inicialmente, a "empresa" fazia logotipos e cartões de visitas para clientes imaginários e depois para os pais, os avós, tios, amigos e, finalmente, os amigos-de-amigos. O "negócio-brincadeira" contava com uma pasta de portfólio, um computador e uma impressora jato de tinta.

Um ano depois, a "empresa" incrementou sua linha de produção com um computador novo e viu seus resultados financeiros superarem as mesadas dos "sócios". O negócio seguiu por cerca de quatro anos, até que os irmãos tiveram que tirar um período sabático - e entrar na faculdade.

Nessa época, Allan e Simon ainda não sabiam que, com a "cards and labels", nasciam as bases da Zupi, estúdio de design criado em 2001. Ao abri-la, Allan Szacher, atualmente artista gráfico e editor da revista Zupi, criou um plano de negócios e fez um curso no Sebrae. Ele trabalhava em casa e o conceito era atender qualquer empresa, pequena ou grande e sempre oferecer trabalhos diferenciados.

Estúdio

Passada quase uma década, a Zupi especializou-se em atender marcas que querem se comunicar de forma mais específica com seu público. Sua carteira de clientes conta com nomes como a fabricante de relógios Casio, a grife Ecko Unltd, o Itaú Cultural, a incorporadora Max Haus e a revista Monet. Desde 2007, o crescimento da Zupi é de 40% ao ano, segundo o diretor. O faturamento em 2009 foi de cerca de 1 milhão de reais.

A Zupi define-se como uma empresa de design, arte e criatividade , e sua principal fonte de faturamento vem da organização de eventos. "Oferecemos arte e cultura para as empresas, desde a curadoria de uma exposição até um trabalho de grafite ou artes plásticas integrado à comunicação de um relatório anual", afirma Allan.

 


Atualmente a Zupi tem quatro braços principais: O de eventos, que é o mais rentável, seguido pela editora (que faz as revistas Zupi, de arte e design, e a Voxel, focada em arquitetura contemporânea), pelo estúdio de design (que faz marcas, sites, curadoria, eventos, entre outros) e pela loja online.

Parceiros

A empresa tornou-se embaixadora da Casio no Brasil, juntamente com outros artistas. Em 2010 ela foi convidada para customizar um modelo de relógio da marca, do qual foram produzidas três unidades - um está no museu da Casio no Japão e os outros ficaram na Zupi.

Outros trabalhos destacados pelos fundadores foram a parceria com a incorporadora Max Haus - uma nova parceria está sendo negociada para 2010 -, o troféu para o prêmio da revista Monet (um toy art branco para ser customizado pelo vencedor) e uma ação de marketing da Ecko Unlimited - uma exposição de toy arts feita com o rinoceronte símbolo da marca e customizados por diferentes artistas. Além disso, a empresa já realizou catálogos para a TV Globo e, em 2010, a fachada da loja Sample Central, em São Paulo.

A Zupi tem 15 funcionários efetivos, além de mais de 200 artistas que atuam como free-lancers. Para a realização dos trabalhos, como a fachada da Sample Central, eles procuram os profissionais entre os free-lancers. A empresa procura conciliar um de seus free-lancers com o tipo de trabalho que o cliente quer e o preço que ele está disposto a pagar.

Futuro

O principal projeto da empresa a longo prazo é fazer um centro cultural. Não qualquer espaço, mas um prédio que já tenha "a cara" do que está dentro. É um projeto para daqui a oito ou 10 anos e ainda faltam espaço e patrocínio. Por enquanto existe um projeto piloto, parado há 15 meses na prefeitura. O projeto propõe a reforma da sede atual da Zupi e a construção de um novo espaço para fazer uma versão piloto do centro cultural e testar o público.

 


"Não adianta gerar projetos e cultura se ninguém quiser ir", disse o diretor. A idéia é ter um espaço para diversas atividades culturais de áreas diferentes e workshops que falem de criatividade, por exemplo. Atualmente eles estão finalizando o projeto completo e entrando em contato com o governo.

Simon destacou que atualmente a Zupi é muito mais procurada pelos clientes do que os procura. "Até porque a Zupi cresceu mais", disse. Agora, os sócios da "cards and labels" reclamam da falta de incentivos fiscais, por exemplo, e da dificuldade desse tipo de negócio no Brasil. "Na Austrália a Zupi seria uma potência", disse Allan. "Empresário no Brasil sempre vai ser herói, mas na área de cultura é dois heróis", disse Simon.

 

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