Annabelle: portador da boneca "amaldiçoada" morre dias antes de apresentação (Jessica Moore/Hartford Courant/Tribune News Service via Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 17 de julho de 2025 às 19h47.
A comunidade internacional de caçadores de fantasmas — sim, ela existe foras dos filmes — está de luto após a morte repentina de Dan Rivera, de 54 anos, veterano investigador paranormal e líder da turnê Devils on the Run, que fazia uma exibição da infame boneca Annabelle. Era a primeira vez que a boneca saía da caixa.
Rivera foi encontrado inconsciente em seu hotel, em Gettysburg, Pensilvânia, na noite de domingo, 13, enquanto participava de um evento que esgotou todos os ingressos na cidade histórica, conhecida pela conexão com a guerra civil americana e pela reputação de locais assombrados. Segundo a polícia estadual da Pensilvânia, a morte ocorreu por causas naturais.
Dias antes, porém, o investigador paranormal havia feito uma postagem nas redes sociais para promover o evento com a boneca Annabelle. Ele anunciou que aquele seria o "último conto" da turnê e publicou um vídeo que mostrava Annabelle em um cenário inquietante, com fotos de Rivera e outros membros do New England Society for Psychic Research (NESPR), a organização da qual ele fazia parte. O evento seria organizado na Augusta Civic Center, no Maine — casa de Stephen King.
A NESPR anunciou que não interromperá a turnê, pois acreditam que isso é o que Dan Rivera teria desejado. "Ele queria continuar compartilhando seus conhecimentos, conectando pessoas e honrando o legado de Ed e Lorraine Warren", declarou a organização, que segue com as exposições de itens do famoso Museu Oculto dos Warren, incluindo a própria Annabelle.
A boneca Annabelle real é bem diferente da versão aterrorizante que aparece nos filmes da franquia "Invocação do Mal". A verdadeira é uma boneca de pano do tipo Raggedy Ann, que foi dada de presente a uma jovem estudante de enfermagem chamada Donna (ou Deirdre, conforme algumas fontes) em 1968 ou 1970. Donna morava em Hartford, Estados Unidos, com uma colega de apartamento, Angie. Inicialmente, a boneca parecia apenas um simples brinquedo, mas logo as duas jovens começaram a relatar fenômenos inexplicáveis relacionados a ela.
Annabelle parecia se mover sozinha, e aparecia em lugares diferentes sem explicação, além de transmitir uma sensação perturbadora de ser observado. Em uma ocasião relatada por Donna, ela encontrou a boneca na cama, apesar de tê-la trancado antes de sair de casa em outro local. Um amigo das meninas chegou a afirmar que a boneca havia atacado ele em duas ocasiões.
Preocupadas, as duas amigas chamaram uma médium, que revelou que a boneca era habitada pelo espírito de uma menina chamada Annabelle Higgins, que teria morrido tragicamente na região onde o prédio foi construído. Os famosos investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren concluíram que o espírito não era benigno, mas sim uma entidade maligna que buscava um hospedeiro humano para possuir.
O casal Warren realizou um exorcismo para tentar libertar a boneca da presença demoníaca e, por precaução, recolheram Annabelle para o Museu Oculto dos Warren, em Monroe, Connecticut, até a turnê de Rivera. A boneca estava lá até os dias atuais, isolada em uma caixa de vidro com placas de aviso que proíbem qualquer um de abri-la.
A história real da boneca Annabelle, ligada a uma série de fenômenos paranormais e à intervenção dos Warren, ainda carece de comprovação científica, mas deu origem a uma das mais famosas e assustadoras narrativas de terror dos Estados Unidos.
Rivera, que já havia trabalhado ao lado dos famosos investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren, teve um papel fundamental em trazer à tona o mistério que cerca Annabelle. Foi ele o responsável por construir a caixa que contém a boneca, um item de culto nas investigações sobrenaturais, primeiramente ligada a uma série de eventos inexplicáveis nos anos 1970.
Na última apresentação, no sábado, 12, Rivera detalhou as origens da boneca e a experiência única que teve com o objeto, que continua a ser um ícone na cultura de terror.
O jornalista Harrison Jones, que cobriu o evento local, destacou como Rivera se preocupava com a experiência dos participantes e com a disseminação de seus conhecimentos sobre o paranormal. Apesar de estar visivelmente cansado no domingo, 13, ele ainda estava determinado a concluir sua parte na turnê.