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Fenômeno Labubu pode virar filme pela Sony

Acordo abre caminho para adaptação, mas estúdio não confirmou formato nem avanço para produção

Labubu: personagem impulsiona ações da Pop Mart e desafia rivais como Mattel e Hasbro (Annette Riedl/picture alliance/Getty Images)

Labubu: personagem impulsiona ações da Pop Mart e desafia rivais como Mattel e Hasbro (Annette Riedl/picture alliance/Getty Images)

Publicado em 15 de novembro de 2025 às 19h51.

Última atualização em 15 de novembro de 2025 às 19h52.

O fenômeno Labubu pode ganhar uma adaptação para o cinema após a Sony Pictures fechar um acordo para desenvolver um projeto inspirado na linha de brinquedos criada pelo artista Kasing Lung. O movimento coloca os bonecos no radar de Hollywood, mas ainda sem confirmação de que o desenvolvimento resultará em um longa-metragem. O formato — animação ou live-action — também não foi definido.

A informação foi divulgada pelo The Hollywood Reporter, que afirma que o contrato foi assinado nesta semana. Não há produtores, diretores ou equipe criativa ligados ao projeto, e a Sony não comentou o assunto. O projeto está em estágio inicial.

Criados originalmente como figuras de monstros pela How2Work, os Labubu ganharam escala a partir de 2019, quando a varejista chinesa Pop Mart assumiu a produção e distribuição. O modelo de venda em “blind boxes”, em que o comprador descobre o item somente ao abrir a embalagem, impulsionou a procura e criou um mercado secundário aquecido, com revendas que chegam a valores elevados. A adoção dos brinquedos por celebridades, como Lisa, do grupo Blackpink, Rihanna e Emma Roberts, ampliou ainda mais a exposição global.

O crescimento da Pop Mart, que, segundo a imprensa internacional, registrou salto de 350% no lucro neste ano, consolidou os Labubu como um dos principais fenômenos recentes do mercado de colecionáveis. Lançamentos esgotam em minutos, e versões raras já ultrapassaram valores de seis dígitos em leilões.

Caso avance, o projeto pode usar personagens centrais da linha, como Labubu, Zimomo, Mokoko e Tycoco. A possível adaptação se soma ao movimento recente de Hollywood de transformar brinquedos em propriedades audiovisuais. Exemplos incluem The Lego Movie e Barbie, que abriram caminho para novas produções baseadas em marcas de consumo.

Nesta semana, a Sony também anunciou, em parceria com a Mattel, o desenvolvimento de um filme inspirado no View-Master. Ainda não há previsão de anúncio oficial do estúdio nem detalhes sobre cronograma de produção.

Labubu é o novo Mickey?

Conforme mostrou a EXAME, a Pop Mart planeja transformar Labubu em uma franquia de longo prazo seguindo a lógica da Disney, segundo a Reuters. A companhia quer expandir a marca para novos produtos, colaborações, entretenimento, parques temáticos e experiências em loja. O objetivo é consolidar Labubu como uma propriedade intelectual duradoura e desenvolver entre cinco e dez personagens com potencial semelhante.

O sucesso recente das bonecas, que se tornaram o primeiro produto chinês a conquistar público global pelo apelo criativo e emocional, impulsionou as ações da Pop Mart, que avançaram quase 200% no ano e elevaram seu valor de mercado para além da soma de Hasbro, Mattel e Sanrio. Mesmo com o otimismo, analistas alertam para a dependência da linha “The Monsters”, responsável por quase 35% da receita no primeiro semestre de 2025.

A força de Labubu, porém, ajudou a alavancar outros personagens, como Molly, Skullpanda e Crybaby, que superaram 1 bilhão de yuans em vendas cada. O fenômeno também estimulou o mercado chinês de brinquedos de arte, estimado em mais de 120 bilhões de yuans neste ano e alvo de investimentos de concorrentes como 52 Toys e Miniso.

A estratégia da Pop Mart tem origem na aposta do fundador Wang Ning no mercado de colecionáveis ainda em 2010, reforçada por parcerias com designers e pelo modelo de vendas em caixas-surpresa. Para Jeff Zhang, analista da Morningstar, o desafio agora é manter competitividade frente a operadores de propriedade intelectual com legado. “O manual da Disney é relativamente fácil de copiar, mas o sucesso não é”, disse à Reuters.

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