Elio: animação de 2025, da Pixar, é considerada um dos maiores fracassos do estúdio (Pixar/Divulgação)
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Publicado em 25 de junho de 2025 às 10h15.
Hollywood tem fama e não é por acaso, as produtoras dos Estados Unidos sabem como fazer filmes de sucesso e arrecadar milhões em bilheteria. Só em 2025, "Minecraft: o Filme" faturou US$ 423.9 milhões nas salas de cinema, enquanto o live-action de "Lilo & Stitch" e o terror "Pecadores" ficaram com US$ 388.1 milhões e US$ 277.4 milhões, respectivamente. Os dados foram divulgados pelo Box Office Mojo, do IMDb, site especializado na coleta de informações do setor.
Entretanto, como já diz o ditado, para cada sucesso, pelo menos um ou dois fracassos precisam acontecer. Prova disso é o levantamento da Business Insider, que coletou as piores bilheterias do cinema desde 1978.
Ao longo das décadas, produções rejeitadas pela crítica — como ‘Rei Arthur: A Lenda da Espada’ — e até filmes que mais tarde viraram ‘cult’, falharam em atrair o público e deixaram prejuízos milionários para os estúdios. O próprio ano de 2025 tem sido atípico para a indústria do cinema. Títulos que prometiam sucesso, como "Thunderbolts*", acabaram frustrando as expectativas, enquanto "Elio", nova animação da Pixar, marcou um recorde negativo ao registrar a pior estreia da história do estúdio: apenas US$ 35 milhões em bilheteria mundial.
Ainda assim, ‘flops’ desse tipo estão longe de ser novidade em Hollywood. Separamos abaixo os mais marcantes, segundo estudo do Business Insider.
2024: "Megalopolis"
Francis Ford Coppola investiu recursos próprios e contraiu pelo menos US$ 100 milhões em empréstimos para tirar o projeto do papel. Mesmo com um elenco forte e o prestígio do diretor, o longa arrecadou apenas US$ 14,3 milhões no mundo, diante de um orçamento estimado em US$ 120 milhões, de acordo com a Variety.
2023: "The Marvels"
Foi o segundo ano consecutivo em que a Disney liderou a lista de maiores prejuízos do cinema. A sequência de “Capitã Marvel”, que havia ultrapassado a marca de US$ 1 bilhão, ficou aquém das expectativas e arrecadou US$ 206 milhões, contra um custo de produção de mais de US$ 450 milhões (entre marketing e orçamento). A Forbes calculou perdas de US$ 237 milhões.
2022: "Mundo Estranho"
Segundo a Deadline, foi o maior fracasso de bilheteria daquele ano. A animação da Disney, com vozes de Jake Gyllenhaal e outros nomes conhecidos, estreou com apenas US$ 18 milhões em um feriado prolongado e gerou um prejuízo estimado em US$ 197 milhões.
2021: "Mundo em Caos"
Apesar dos protagonistas Tom Holland e Daisy Ridley, o filme não atraiu o público. Com um orçamento de US$ 125 milhões, a bilheteria ficou em US$ 26,5 milhões. Poucos meses depois, Holland recuperaria o prestígio comercial com “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”, que faturou US$ 1,9 bilhão e se tornou a oitava maior arrecadação na história do cinema.
2020: Pandemia e streaming
A crise da COVID-19 tornou difícil — e até um pouco injusto — apontar um único grande fracasso no cinema, já que muitos lançamentos foram direto para plataformas digitais. Filmes como “Mulan”, “Tenet”, “Soul”, “Mulher-Maravilha 1984” e “Dois Irmãos” sofreram os efeitos de salas de cinema fechadas e da mudança de hábito do público.
2019: "Playmobil: O Filme"
O filme abriu com apenas US$ 670 mil em mais de duas mil salas nos Estados Unidos, tornando-se um dos piores desempenhos já registrados para um lançamento em grande escala. A Box Office Mojo indica que a bilheteria doméstica somou apenas US$ 1,1 milhão, frente a um orçamento de US$ 75 milhões.
2018: "Máquinas Mortais"
Inspirado em uma série de livros de ficção científica, o longa apresentou uma proposta ousada, com cidades móveis em um mundo pós-guerra. A ideia não convenceu o público. O filme estreou com US$ 7,5 milhões e perdeu 76% da audiência na semana seguinte. Segundo a Deadline, o prejuízo ultrapassou os US$ 100 milhões.
2017: "Rei Arthur: A Lenda da Espada"
Mais uma tentativa de modernizar a lenda do Rei Arthur que não encontrou seu público. O filme arrecadou US$ 15,4 milhões no fim de semana de estreia e acumulou perdas estimadas em pelo menos US$ 150 milhões, segundo o Hollywood Reporter.
2016: "Ben-Hur"
A nova versão do clássico de 1959 teve recepção negativa e nota de 25% no Rotten Tomatoes. A arrecadação global ficou abaixo de US$ 100 milhões, insuficiente para cobrir os custos elevados de produção e marketing.
2015: "Pan"
A prequela de “Peter Pan” já enfrentava críticas antes da estreia, principalmente pela escolha de Rooney Mara como uma personagem indígena. De acordo com a Vulture, o prejuízo para a Warner Bros pode ter chegado a US$ 150 milhões.
2014: "A Lenda de Oz: O Retorno de Dorothy"
A animação arrecadou apenas US$ 3,7 milhões no fim de semana de estreia e somou US$ 19 milhões em todo o mundo, o que representa apenas 27% do custo estimado de produção. A Forbes detalhou o desempenho ruim, enquanto o The Wrap revelou acusações de desvio de verbas nos bastidores.
2013: "47 Ronin"
Inspirado em uma lenda japonesa, o filme foi alvo de críticas por escalar Keanu Reeves como protagonista. O orçamento chegou a US$ 175 milhões, mas a bilheteria global somou apenas US$ 151 milhões.
2012: "John Carter"
A divulgação confusa — muitos desconheciam que a trama envolvia um veterano da Guerra Civil transportado a um planeta habitado por gigantes — prejudicou o desempenho. A Disney informou um prejuízo de US$ 200 milhões no segundo trimestre por causa do longa, segundo o Hollywood Reporter.
2011: "Marte Precisa de Mães"
A animação teve desempenho considerado desastroso para os padrões da Disney. Entre os fatores citados estão a estética desconfortável da técnica de captura de movimento, o título pouco atrativo para meninos e uma trama considerada assustadora para o público infantil. A Time estimou prejuízo de US$ 196 milhões em valores atualizados.