Jean-Claude Bernardet (USP/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 12 de julho de 2025 às 17h25.
Jean-Claude Bernardet, cineasta, escritor, professor e um dos mais influentes críticos de cinema do Brasil, morreu neste sábado, 12, aos 88 anos, em São Paulo. Nascido na Bélgica e de família francesa, Bernardet passou sua infância em Paris antes de se mudar para o Brasil aos 13 anos, onde se naturalizou brasileiro e construiu sua carreira no cinema e na academia.
Bernardet lutava contra um câncer de próstata e, há algum tempo, havia decidido não se submeter a tratamentos médicos. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na capital paulista, e a causa da morte foi confirmada como um Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo a Globo.
Considerado um dos maiores nomes da crítica de cinema do Brasil, Bernardet foi responsável por redefinir a relação entre a produção cinematográfica e a análise crítica. Seu trabalho não se limitou à crítica cinematográfica, mas se estendeu ao estudo e à reflexão sobre a função social do cinema. Para ele, o cinema era mais do que uma arte estética; era uma ferramenta de intervenção política e social. Em suas análises, Bernardet sempre destacou a importância de o cinema dialogar com a realidade brasileira, refletindo e questionando as questões sociais, políticas e econômicas do país.
Ele também foi professor emérito na Universidade de São Paulo (USP), onde sua abordagem transformadora influenciou gerações de alunos e profissionais do cinema, contribuindo para que a arte fosse entendida não apenas como entretenimento, mas como uma prática artística, política e social. Ao longo de sua carreira, foi responsável por alavancar a arte cinematográfica para o campo acadêmico, político e cultural no Brasil.