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Lucro de 'Baby Shark' não acompanha sucesso global do vídeo no YouTube

Restrições em conteúdo infantil limitam monetização da música viral que já superou 16 bilhões de visualizações

'Baby Shark': vídeo da música é o mais visto da história do YouTube (Rudzhan Nagiev/Getty Images)

'Baby Shark': vídeo da música é o mais visto da história do YouTube (Rudzhan Nagiev/Getty Images)

Maria Eduarda Lameza
Maria Eduarda Lameza

Estagiária de jornalismo

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 13h20.

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"Baby Shark" é o vídeo mais assistido da história do YouTube com mais de 16 bilhões de visualizações. Mas todo esse alcance viral não transformou a Pinkfong, empresa sul-coreana por trás do fenômeno, em um império bilionário.

A companhia estreou na bolsa Kosdaq na terça-feira, 18, com valorização superior a 60% no primeiro dia de negociações, atingindo o pico de 61.500 wons por ação. Ainda assim, seu valor de mercado ficou em torno de US$ 400 milhões, modesto para quem detém o conteúdo mais popular da maior plataforma de vídeos do mundo.

O impacto das restrições do YouTube

Em 2019, o YouTube firmou um acordo com a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) por descumprimento da Lei de Proteção da Privacidade Online das Crianças. No ano seguinte, a plataforma implementou globalmente restrições mais rígidas para conteúdo classificado como "Feito para Crianças".

As novas regras proibiram publicidade personalizada, desativaram comentários e notificações de inscrição, recursos essenciais para impulsionar engajamento e receita. O resultado foi uma queda abrupta na lucratividade de criadores de conteúdo infantil.

Segundo estimativa de Garrett Johnson, pesquisador da Universidade de Boston que analisou os efeitos do acordo de 2019, sem as restrições mais rígidas, "Baby Shark" poderia gerar duas ou três vezes mais receita direta para a Pinkfong.

Receita menor do esperado

No ano passado, a Pinkfong registrou receita equivalente a US$ 67 milhões, incluindo ganhos do YouTube. O lucro operacional ficou em cerca de US$ 13 milhões. Números modestos considerando que o vídeo é assistido, em média, mais de 4,7 milhões de vezes por dia.

A maior parte da receita da empresa vem de vendas de conteúdo, que incluem rendimentos do YouTube e outras plataformas como shows ao vivo, enquanto linhas de negócio menores envolvem licenciamento e merchandising.

A música, disponível em 25 idiomas, atraiu público global. Os Estados Unidos lideram em visualizações, enquanto o Brasil registra o maior número de curtidas.

Planos pós-IPO

Com o IPO, a Pinkfong deve captar cerca de US$ 50 milhões (descontados os custos), recursos que serão direcionados à criação de novos conteúdos. A meta é lançar três novos títulos até 2028.

O CEO Kim Min-seok afirmou que a empresa pretende expandir operações globais, investir em conteúdo 3D e inteligência artificial para acelerar o lançamento de novos personagens. O objetivo é ir além do foco na primeira infância e se posicionar como empresa de entretenimento para toda a família.

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