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Na briga Marvel e DC, 'Superman' ganha bilheteria, mas espera batalha com 'Quarteto Fantástico'

Novo filme de James Gunn abriu a bilheteria com US$ 96,5 milhões nos dois primeiros dias de estreia, antes do primeiro fim de semana

Marvel x DC: quem ganha a briga pela bilheteria em 2025? (Imagem gerada com auxílio de Inteligência Artificial)

Marvel x DC: quem ganha a briga pela bilheteria em 2025? (Imagem gerada com auxílio de Inteligência Artificial)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 13 de julho de 2025 às 09h28.

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Todo fã de super-heróis já ouviu pelo menos uma vez na vida a famosa pergunta: prefere Marvel ou DC? Independentemente da resposta, é inegável que o império de Kevin Feige no Marvel Cinematic Universe (MCU) tem feito mais barulho no cinema nos últimos 15 anos.

Mas a recente estreia de "Superman", da DC, agora nas mãos de James Gunn, que dirigiu quatro filmes dos "Guardiões da Galáxia", pode mudar o cenário: o filme estreou nesta semana e, em dois dias nos cinemas, registrou US$ 96,5 milhões em bilheteria mundial. O último filme do MCU, "Thunderbolts*", faturou aproximadamente US$ 43,3 milhões em bilheterias globais no mesmo período.

Nas mãos de Gunn, Superman fica mais humano — e mais político

O sucesso do super-herói com cueca por cima da calça é quase um alívio para a Warner, mas pressão nas costas de Gunn, que não só assina como diretor e roteirista como também é co-CEO da DC Studios desde 2022, é enorme. "Superman" custou US$ 225 milhões para ser produzido, orçamento que não engloba os altos custos de marketing. Além da divulgação física e nas redes sociais, cara por si só, o elenco também participou uma press tour para divulgação do filme, à qual a EXAME participou.

Rumores indicam que o longa teria que faturar no mínimo US$ 700 milhões para gerar lucro e cobrir os gastos, segundo fontes próximas à produção, ouvidas por alguns dos maiores veículos de cinema do mundo — número que Gunn, em entrevista à revista GQ internacional, negou.

Mesmo se a demanda for metade do valor, a conquista é um desafio.

James Gunn, co-CEO da DC Studios (Montagem EXAME/ Wikimedia Commons)

A volta 'por cima' de James Gunn?

Enquanto a Marvel fatura pelo menos US$ 380 milhões com suas tentativas "fracassadas", caso de "Thunderbolts*", que teve performance abaixo do esperado, a DC anda patinando para superar o próprio custo de produção de seus filmes. "Besouro Azul", "The Flash" e "Shazam! Fúria dos Deuses", de 2023, tiveram bilheteria abaixo dos US$ 270 milhões. 

Em 2024, “Coringa: Folia à Dois”, que visava repetir o sucesso do antecessor, "Coringa" (2019), seguiu o desânimo: foram US$ 207,5 milhões em bilheteria, prejuízo diante dos US$ 200 milhões gastos só para a produção do filme, sem contar os custos com marketing. 

À época dos lançamentos, Gunn tinha trabalhado apenas em uma produção grande para a DC, "O Esquadrão Suicida" (2021), que por mais que não tenha brilhado nas bilheterias (US$ 168,7 milhões), recuperou parte do estigma da marca depois do desastroso "Esquadrão Suicida" (2016) se tornar um dos filmes mais mal avaliados da história do estúdio.

No ano seguinte, “The Batman” (2022) foi um bom exemplo de que a DC não ficou todos esses anos no escuro. O filme, estrelado por Robert Pattinson e dirigido por Matt Reeves, arrecadou mais de US$ 772 milhões nos cinemas com a história de um Batman mais jovem, ansioso e impulsivo, ainda que igualmente taciturno como nas demais adaptações.

Bilheteria da DC Studios (EXAME)

2022 foi o mesmo ano, coincidentemente, que Gunn foi convidado para se tornar co-CEO da DC. O diretor havia acabado de terminar as gravações de "Guardiões da Galáxia: Volume 3", da Marvel, que se tornou o filme mais bem-avaliado da franquia e fechou o ano de 2023 como a quarta maior bilheteria do ano (US$ 845 milhões).

Superman (2025)

David Corenswet é novo Super-Homem da DC (Superman: Legado/ Warner Bros/Divulgação)

Com Gunn no comando da parte criativa, o potencial da DC é inspirador. O cineasta faturou mais de US$ 2,5 bilhões com o grupo desajeitado de guardiões, e aprendeu a aprimorar o humor dos próprios roteiros para se encaixar na fórmula de sucesso da Marvel. Na DC, o espaço ficou livre para fazer a máquina de dinheiro do setor de super-heróis voltar a girar. E a escolha da nova "fase" do estúdio foi começar com um "Superman" mais humano, político e fiel aos quadrinhos.

“Ele é o primeiro super-herói de todos os tempos. Então eu achei que seria apenas, sabe, razoável, quando entrei na DC, que ele fosse o primeiro filme dessa nova fase, porque simplesmente faz sentido”, disse o diretor durante evento no Rio de Janeiro, que a EXAME participou. 

Kevin Feige, CEO da Marvel Studios (Gage Skidmore/ Wikimedia Commons/ Montagem EXAME)

A estafa da Marvel

Se a pressão em Gunn é alta, a expectativa em cima de Feige, que tem "Quarteto Fantástico" no radar para julho, é ainda maior. Desde "Vingadores: Ultimato" (2019), segunda maior arrecadação da história do cinema (US$ 2,8 bilhões), a Marvel pareceu "perdeu a mão" na fórmula de sucesso dos filmes de heróis, o que deixou a bilheteria do setor mais imprevisível.

De 2019 para cá, algumas produções furaram a bolha. Em 2021, o personagem de Tom Holland recuperou em "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa" (US$ 1,9 bilhão) o fracasso de "Viuva Negra", "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" e "Eternos", todos com bilheteria abaixo dos US$ 450 milhões. 

Em 2022, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" arrecadou US$ 955,7 milhões, mas o filme foi um dos mais mal avaliados pela crítica especializada. No mesmo ano, "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre", também desagradou, muito embora tenha fechado a temporada em cartaz com US$ 859,2 milhões em bilheteria. 

No ano seguinte, foi Gunn quem trouxe os fãs de volta com o terceiro "Guardiões da Galáxia", em maio. Antes dele, "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", lançado em fevereiro, fez US$ 462 milhões em um período que testou o bolso dos fãs do estúdio. "As Marvels", com seus US$ 206 milhões em bilheteria e orçamento de US$ 378 milhões, segundo o World of Reel, nem se pagou.

Bilheteria da Marvel Studios (EXAME)

O respiro de Feige foi a estreia do primeiro filme para maiores de 18 anos do MCU, "Deadpool & Wolverine", aposta arriscada que, no fim, deu certo. O CEO da Marvel trouxe de volta um dos atores mais queridos dos "X-Men", Hugh Jackman, e abriu espaço para um roteiro que admitiu parte dos erros do estúdio.

O intérprete do Wolverine custou, sozinho, US$ 20 milhões aos bolsos da Disney. Não foi um problema diante dos US$ 1,3 bilhão que o filme conquistou em bilheteria.

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (Quarteto Fantástico/ Disney)

Aposta 'quádrupla' em 2025

Neste ano, se a DC cria esperança para o cinema com o Homem de Aço, a Marvel se prepara no mesmo mês para o maior lançamento do ano, "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos", que estreia nos cinemas brasileiros no dia 24 de julho.

O apelo do estúdio diante das últimas bilheterias abaixo do esperado é forte. A Marvel finalmente vai trazer o grupo de heróis para MCU, já que as versões anteriores foram feitas pela finada 20th Century Fox Films — antes da marca ser comprada pela Disney e começar a conectar todos os filmes do estúdio.

E o investimento não foi grande só na pós-produção. Feige deve ter pagado caro pelo novo elenco com os novos "queridinhos" de Hollywood: Ebon Moss Bachrach ("The Bear"), Joseph Quinn ("Stranger Things"), Vanessa Kirby ("Velozes e Furiosos") e o famoso Pedro Pascal, de "The Last of Us" e "The Mandalorian".

Pascal se tornou, na última década, um dos atores mais requisitados da indústria. Só em 2025, além de "Quarteto Fantástico", estrelou em "The Last of Us" e está no elenco de "Materialists" e "Eddigton", com estreias marcadas para julho e agosto no Brasil. Ainda neste ano ainda segue envolvido na produção de "The Mandalorian and Grogu", com lançamento marcado para 2026.

O orçamento de "Quarteto Fantástico" não foi revelado, mas especialistas em produção cinematográfica ouvidos pela EXAME, que preferiram não se identificar, estimam que o custo, descontados os valores com marketing, gire em torno dos US$ 200 a 250 milhões. A projeção foi feita com base na ficha técnica já divulgada do filme e nos 27 minutos iniciais exibidos pela Disney em evento que a EXAME participou, no início do mês.

Mas os custos de marketing devem aumentar (e muito) o investimento. O elenco viajou por diversos países da América do Norte, Europa e Ásia em pré-estreias. Diversas ações físicas ao redor do mundo também criam expectativa para novos fãs — em São Paulo, por exemplo, a Marvel instalou uma "casa provisória" da família fantástica no Shopping Cidade São Paulo.

O lançamento no mesmo mês de "Superman" também não veio por acaso: recria a batalha sangrenta entre os dois estúdios e pode, a depender da resposta do público, criar um efeito semelhante ao do "Barbenheimer" em 2023, quando a estreia de "Barbie" e "Oppenheimer" no mesmo dia fez ambos os filmes entrarem no top 3 das maiores bilheterias do ano.

A quem já aponta vitória para o império de Feige, vale lembrar que os tempos são outros. A DC tem em mãos as ferramentas certas para reagir, e a estreia do novo longa de Gunn criou esperança de dias melhores para os fãs, especialmente pela apresentação de novos personagens e filmes já marcados para os próximos anos.

A Marvel, ainda que seja "soberana" quando o assunto é cinema, vive um momento incerto e precisa fazer ajustes na "fórmula Marvel" de sucesso. E vai ter que ser mais atraente para que o público não volte à estafa depois do hype de Pedro Pascal.

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