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Preta Gil: a trajetória da cantora, empresária e ícone da diversidade

Filha de Gilberto Gil, artista construiu carreira entre a música, o carnaval e os negócios, à frente da agência Mynd

Preta Gil: artista faleuceu aos 50 anos neste domingo  (Redes Sociais/ Reprodução)

Preta Gil: artista faleuceu aos 50 anos neste domingo (Redes Sociais/ Reprodução)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 20 de julho de 2025 às 21h26.

A cantora e empresária Preta Gil morreu neste domingo, 20, aos 50 anos. Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, ela enfrentava um câncer no intestino, diagnosticado em janeiro de 2023.

Antes de se tornar símbolo dos carnavais de rua com o Bloco da Preta, que reúne milhões de foliões todos os anos, Preta construiu carreira como produtora na Dueto Filmes, sua primeira empreitada na publicidade.

Preta Gil deixa um legado de liberdade, representatividade e inovação, seja no palco, no carnaval ou no mundo empresarial.

Em entrevista à EXAME, em 2021, falou sobre como equilibrava a vida artística, os negócios e o comando da agência de marketing de influência Mynd, da qual era cofundadora.

Antes de se tornar o ícone dos carnavais de rua que todos os anos arrasta milhões de pessoas para o Bloco da Preta, a filha de Gilberto Gil já tinha uma carreira sólida como produtora na Dueto Filmes, sua primeira agência de publicidade. Preta só decidiu começar a cantar aos 28 anos. Confira a entrevista na íntegra no vídeo a seguir:

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Trajetória na música brasileira

Ao longo da vida, Preta Gil construiu uma carreira sólida na música, deixando para trás a formação como produtora e publicitária para seguir seu verdadeiro sonho. Aos 29 anos, lançou o primeiro álbum, Prêt-à Porter, com a faixa “Sinais de Fogo”, composta por Ana Carolina especialmente para ela.

Em 2005, lançou o segundo disco, Preta, com músicas como “Muito Perigoso” e “Eu e você, você e eu”. O terceiro trabalho, Noite Preta, saiu em 2010 e deu início a uma turnê nacional que durou sete anos. Em seguida, criou o show *Baile da Preta*, um espetáculo eclético que misturava MPB, forró e funk.

Em 2012, lançou Sou como Sou e, em 2013, celebrou dez anos de carreira com o DVD Bloco da Preta, reunindo grandes nomes da música brasileira. O bloco, fundado por ela no Rio de Janeiro, arrastou mais de 500 mil pessoas pelas ruas em 2017.

Seu sexto álbum, Todas as Cores, lançado no mesmo ano, teve participações de Pabllo Vittar, Marília Mendonça e Gal Costa. Em 2021, gravou a faixa “Meu Xodó” com o filho, Fran, e destacou a importância emocional da colaboração no processo de recuperação pessoal e artística.

Além da carreira musical, Preta também atuou em novelas e séries como As Cariocas, Ó Paí, Ó e Vai que Cola.

Mynd e o legado empresarial

Preta Gil também se destacou no mundo dos negócios. Em 2017, fundou a agência Mynd ao lado de Fátima Pissarra e Carlos Scappini.

A empresa se tornou referência em marketing de influência no Brasil, com atuação em duas frentes: de um lado, assessora marcas como Unilever e Mondelez na criação de campanhas para redes sociais; de outro, gerencia a carreira de mais de 400 influenciadores, como Lore Improta, Pabllo Vittar e Luísa Sonza.

A Mynd nasceu com o objetivo de profissionalizar o mercado de influência em um país com mais de 10 milhões de criadores de conteúdo — número que coloca o Brasil atrás apenas dos Estados Unidos no volume de influenciadores nas redes sociais.

Só no Instagram, são 500.000 criadores de conteúdo com mais de 10.000 seguidores na rede, segundo a Nielsen.

"Eu quero escurecer os meus negócios e trazer cada vez mais diversidade. Estou na intenção, não estou passiva. Uma marca que coloca uma pessoa negra, trans ou PCD em um espaço, não tira mais", diz Preta Gil à EXAME.

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