Klabin: investimento e diversificação foram os principais fatores para o destaque da companhia no setor de papel e celulose em 2024 (Germano Lüders/Exame)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 22h05.
Investimento e diversificação foram os principais fatores apontados por Cristiano Teixeira, presidente do gigante de celulose Klabin, para o destaque da companhia no setor de papel e celulose em 2024. Com receita de 19,6 bilhões de reais, um crescimento de 9% em relação a 2023, a empresa celebrou um ciclo de investimentos que transformou suas operações, segundo o executivo.
Para Teixeira, não há fórmula mágica, somente uma estratégia de longo prazo focada em resultados. Para ele, a Klabin colhe os frutos de um robusto plano de investimentos iniciado há cinco anos, quando a empresa aplicou cerca de 30 bilhões de reais. “O segredo do ano passado foi um grande ciclo de investimentos, com muito foco em diversificação, que é o nosso diferencial em relação a qualquer concorrente, não só no Brasil, mas no mundo”, diz o CEO.
Agora, a empresa se encontra em um momento de consolidar suas operações e otimizar as novas unidades. O foco, segundo Teixeira, está na integração dessas novas capacidades de produção, como a planta de Piracicaba, que abriga uma das fábricas mais modernas de papelão ondulado do mundo, e na manutenção de seu modelo sustentável de manejo florestal.
“O que a Klabin terá agora é um crescimento de receita. Nossa produtividade é a maior do mundo, e isso é fruto de décadas de investimento em práticas ambientais e florestais sustentáveis”, afirma.
Embora os resultados de 2024 tenham sido positivos, este ano e o próximo apresentam novos desafios para a Klabin. Segundo o CEO, a expansão fiscal do Brasil, que, embora benéfica no curto prazo pelo ganho de renda, pode levar a uma eventual recessão mais adiante, é uma preocupação para o executivo. Além disso, a guerra comercial em curso, liderada pelos Estados Unidos, reforça a cautela — mas também pode ter um efeito colateral positivo.
“Não importamos nem exportamos para os EUA, mas competimos em diversas geografias. Nesse contexto, embora seja uma situação desafiadora, a perda de credibilidade dos EUA como parceiro comercial tem beneficiado a Klabin em várias regiões”, diz Teixeira.