EMS: 2024 foi histórico para a companhia, com a aprovação para a fabricação das primeiras canetas de emagrecimento, um novo filão que deve garantir crescimento nos próximos anos (Leandro Fonseca /Exame)
Editora do Exame INSIGHT
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 22h00.
O ano de 2024 foi histórico para a EMS. No dia 24 de dezembro, a farmacêutica recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fabricar suas primeiras canetinhas para tratamento de obesidade e diabetes, posicionando-a na vanguarda do promissor mundo dos análogos de GLP-1.
Os novos medicamentos entraram no mercado neste ano. Eles são uma mostra de como a EMS tem a inovação como seu principal motor. Em 2024, a receita da companhia cresceu 20%, para 8,26 bilhões de reais. O lucro mais que dobrou, chegando a 852,73 milhões de reais (os números deste ano consideram apenas a EMS S.A., e não a controladora NC Farma, que reúne ainda outras unidades do grupo). No ano passado, além da inauguração da fábrica para as canetinhas de liraglutida, em Hortolândia (SP), houve investimentos em várias unidades — de São Jerônimo (RS) a Manaus (AM) — para dar conta do crescimento da demanda em todas as linhas de negócio.
“Fizemos muitos ajustes também para ganhar mais produtividade”, afirma Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS. No ritmo atual, ainda há algum espaço para aumento de produção nas unidades, com investimento previsto de 1 bilhão de reais para os próximos dois anos. Mas, a partir de 2027, será necessário construir outras fábricas.
Além dos genéricos, seu carro-chefe, a companhia ganha participação em medicamentos de marca e naqueles vendidos fora do balcão. A estratégia aqui é criar novas marcas, fortalecer aquelas já consolidadas e buscar aquisições, diz Sanchez. Nessa frente, o marketing também é muito relevante: a EMS é hoje a maior anunciante em frequência de comerciais no país.
Um dos mantras é manter os aportes em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 6% da receita, que cresce ano a ano. A equipe da área deve saltar de 800 para 1.000 pessoas em 2026. O número de Ph.Ds, voltados para a inovação mais radical, vai praticamente dobrar, chegando a 150 profissionais. “Esperamos aumentar em 40% os protocolos submetidos à Anvisa”, diz Sanchez.
Se no negócio principal a empresa aposta em inovar, na gestão financeira a opção é pelo conservadorismo: outro mantra da EMS é não contrair dívidas. “Mantemos nossa filosofia de crescer por meio da geração de caixa”, diz Sanchez. É um diferencial e tanto num Brasil de juros a 15%.