Revista Exame

Klabin investe R$ 1,7 bi em inovação industrial e quer reduzir 42% de emissões até 2030

Líder em celulose, papel e embalagens inaugurou fábrica em Piracicaba, com investimento de R$ 1,56 bilhão e gerando mil novos empregos na sua principal área de atuação

Do total de investimentos realizados pela Klabin no último ano, 35% tiveram como fonte bonds verdes ou empréstimos ligados à sustentabilidade (Leonardo Yorka/Exame)

Do total de investimentos realizados pela Klabin no último ano, 35% tiveram como fonte bonds verdes ou empréstimos ligados à sustentabilidade (Leonardo Yorka/Exame)

Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.

Última atualização em 26 de junho de 2025 às 14h48.

Líder no setor de celulose, papel e embalagens, a Klabin combina em sua estratégia de sustentabilidade tecnologia avançada com conservação ambiental. Dessa forma, a companhia garante que 85% de sua produção venha da própria base florestal. Uma área que totaliza mais de 900.000 hectares em meio à Mata Atlântica, equivalente a cinco vezes do Parque Nacional do Iguaçu.

O modelo de plantio em mosaico desenvolvido pela empresa intercala regiões de floresta nativa e árvores plantadas, com cultivo de pinheiros e eucaliptos, matéria-prima das operações industriais.

O diretor de tecnologia industrial, inovação e sustentabilidade, Francisco Razzolini, explica que boa parte dos investimentos recentes foi direcionada para pesquisa e desenvolvimento. “Passamos a utilizar sistemas de inteligência artificial para garantir maior produtividade no plantio de mudas em cada região, indicando quais áreas precisam de cuidados específicos, como fertilização”, detalha o executivo.

Na agenda climática, a fabricante estabeleceu meta de redução de 42% nas emissões de gases de efeito estufa até o final da década. E está em um caminho promissor, visto que entre 2003 e 2024 as emissões caíram cerca de 70%, resultado da modernização de equipamentos e da melhoria da eficiência energética.

Outro destaque no ano passado, o aporte de 1,7 bilhão de reais na unidade industrial de Monte Alegre, em Telêmaco Borba, no Paraná, propiciará uma nova caldeira de recuperação que vai auxiliar em 45% da produção fabril. “Com a atualização, alcançaremos a redução de 17.000 toneladas de CO2 equivalente por ano”, celebra Razzolini.

A expansão industrial também contemplou a inauguração de uma fábrica em Piracicaba, São Paulo, focada no desenvolvimento de papelão. O investimento de 1,56 bilhão de reais na construção ainda gerou cerca de 1.000 novos empregos. “Com foco em modernização e produtividade, essa planta nos ajuda a atender ao segmento de alimentação, que hoje ocupa mais de 60% da operação”, diz o executivo.

Mecanismos de finanças sustentáveis representaram 35% das fontes de recursos investidos em 2024, derivados de bonds verdes e títulos vinculados à sustentabilidade. “Entre os objetivos desses financiamentos está a reintrodução de espécies extintas ou ameaçadas de extinção, o que ajuda a diminuir a taxa de juros paga sobre o empréstimo sustentável”, afirma Razzolini.

Para 2025, a companhia planeja colocar em curso ações de conservação da biodiversidade, com base na Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza (do inglês Taskforce on Nature-related Financial Disclosures).

A adequação às normas ambientais europeias, que exigem rastreabilidade total da origem da madeira, também deve ser concluída até o fim do ano. “Esses padrões demandam esforço significativo da empresa, mas garantem ao cliente europeu o rastreamento da madeira segura”, conclui Razzolini.

DESTAQUES DO SETOR

Suzano

Em 2024, a Suzano, multinacional de celulose e papel, retirou 45.000 pessoas da pobreza. A meta é chegar a 200.000 até 2030. No ano em que completou seu centenário, anunciou investimentos da ordem de 100 milhões de dólares em parcerias com universidades como Cambridge e Stanford para pesquisa em conservação e mudanças climáticas.

Investiu 22,2 bilhões de reais na maior linha única de produção de celulose do mundo em Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul, com tecnologia de gaseificação de biomassa, que reduz 97% das emissões. E expandiu a atuação global com aquisições nos EUA e de 15% da companhia austríaca Lenzing. Antes de voltar as atenções para a COP30 neste ano, no fim do ano passado lançou, em parceria com o Pacto Global e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Nossa Voz Florestal, primeiro mecanismo para receber queixas sobre direitos humanos de trabalhadores florestais.

Tetra Pak

Ao longo de 2024, a Tetra Pak, especializada em embalagens para alimentos, aportou 26,2 milhões de reais em melhoria na cadeia de reciclagem, projetos sociais e educação ambiental, consolidando sustentabilidade como estratégia central de negócios para proteger alimentos, pessoas e planeta. A fabricante desenvolve embalagens de fontes renováveis e recicláveis, reduzindo o consumo de água e energia nas operações. Utiliza ainda soluções de automação para melhorar a eficiência operacional, complementando seu programa pioneiro que há 25 anos estrutura a cadeia de reciclagem das embalagens longa vida.

Para 2025, a companhia planeja criar sistemas alimentares de menor impacto ambiental, em uma demonstração de como a indústria pode acelerar a descarbonização mediante colaboração e inovação tecnológica para transformação sustentável do setor.

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