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MM 2025: a Amil saiu de um prejuízo de R$ 4 bi para o lucro e foi destaque nos planos de saúde

Depois de mudar de dono no fim de 2023, a Amil saiu de um prejuízo de 4 bilhões para um lucro de 819 milhões de reais — o suficiente para impulsionar o resultado do setor em 300%

Amil: de olho na eficiência, perdeu 169.000 clientes em 2024. Mas neste ano voltou a priorizar o crescimento, com descontos agressivos para novos contratos (Amil/Divulgação)

Amil: de olho na eficiência, perdeu 169.000 clientes em 2024. Mas neste ano voltou a priorizar o crescimento, com descontos agressivos para novos contratos (Amil/Divulgação)

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 22h00.

Para entender como foi o ano de 2024, o mercado das operadoras de planos de saúde pode ser dividido em dois. De um lado, 20 das 21 maiores operadoras do país, que viram a receita crescer 13% no ano. É acima dos 7% de ajuste autorizados pelos reguladores, mas não chega a ser o suficiente para cobrir a inflação médica de 14% para o período. “É um setor regulado e altamente judicializado, o que limita o crescimento e aperta as margens das empresas”, analisa Samuel Barros, reitor do Ibmec no Rio de Janeiro.

Uma empresa que teve um 2024 atípico na comparação com a concorrência foi a Amil. A companhia trocou de dono em dezembro de 2023: do americano UnitedHealth Group para o empresário José Seripieri Filho, num negócio de 11 bilhões de reais. No primeiro ano sob o novo comando, a receita subiu 25%, para 27 bilhões de reais, e o prejuízo de 4 bilhões de reais virou um lucro de 819 milhões de reais. Foi o suficiente para fazer o lucro de todo o segmento de operadoras de planos de saúde crescer 300% no ano.

A Amil promoveu reajustes, sobretudo de planos coletivos. De olho na eficiência, perdeu 169.000 clientes em 2024. Mas neste ano voltou a priorizar o crescimento, com descontos agressivos para novos contratos. Apenas nos dois primeiros meses do ano, foram 71.000 novos contratos, segundo levantamento do Banco BTG Pactual. É um avanço que chacoalha o setor, já que o número de clientes de planos privados de saúde segue estagnado em 52 milhões de vidas, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A disputa por espaço entre as operadoras deve ser cada vez mais intensa nos próximos anos. A inflação médica, por sua vez, não deve arrefecer — o que continuará pressionando as margens e levando a novos negócios. Em fevereiro, a Rede D’Or, líder em hospitais, comprou a seguradora SulAmérica, reforçando uma onda de consolidação no setor. 

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