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MM 2025: Cury (CURY3) dobra banco de terrenos após bons resultados com o MCMV

Primeiro lugar na lista de Melhores e Maiores de 2025 no setor de construção civil, a Cury foca no segmento econômico, dobra o banco de terrenos e acredita que, daqui para a frente, crescerá ainda mais

Cury: a incorporadora com um dos maiores retornos sobre patrimônio líquido (ROE) entre as listadas em 2024 (Leandro Fonseca /Exame)

Cury: a incorporadora com um dos maiores retornos sobre patrimônio líquido (ROE) entre as listadas em 2024 (Leandro Fonseca /Exame)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 22h00.

A Cury (CURY3) entrou para a bolsa brasileira em meados de 2020. De lá para cá, preparou terreno para a rentabilidade e se tornou a incorporadora com um dos maiores retornos sobre patrimônio líquido (ROE) entre as listadas em 2024. A média desse indicador no setor de construção civil ficou em 9%, mas a Cury foi um outlier, com ROE de 53%.

A margem líquida da companhia ficou em 16%, o dobro da média do segmento.

“Algo que os investidores aguardam das grandes companhias é que as promessas delas sejam cumpridas. A Cury entregou mais do que prometeu, fazendo com que nossos papéis rendessem até mais do que um dia imaginamos”, afirma o CEO da empresa, Fábio Cury.

Em 2024, enquanto o Ibovespa acumulou queda de mais de 10%, a ação da Cury valorizou 5,4%.

E olha que 2024 não foi fácil para o setor da construção civil. No cenário doméstico, a Selic acima de 12% ao ano dificultou a concessão de financiamentos. No mundo, ainda não havia “tarifaço”, mas outras guerras já estavam em curso, com os conflitos no Oriente Médio se somando ao combate na Ucrânia.

“Os juros, hoje, estão ainda mais altos. E continuam atrapalhando, seja na decisão de novos investimentos, seja na decisão dos nossos compradores. Soma-se a isso o cenário de inflação”, diz Cury.

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, porém, descola desse cenário com seus juros subsidiados e a criação da faixa 4, agora em 2025. Por isso, caiu como uma luva para a Cury. A mudança, que permite enquadrar imóveis de até 500.000 reais e famílias com renda mensal entre 8.600,01 e 12.000 reais no programa habitacional, ampliou o mercado para a incorporadora, que já atuava fortemente na faixa 3 do programa.

Diante dos bons resultados, a Cury dobrou seu banco de terrenos nos últimos dois anos, mas sem sair do Rio de Janeiro e de São Paulo.

“Isso prova quanto estamos acreditando na capacidade de nosso crescimento daqui para a frente, com a nossa ‘cultura de foco’. Foco em custo, em continuar atuando na mesma área geográfica, foco na categoria econômica. Somos especialistas num mercado, e cada vez mais essa especialização faz a gente ter resultado”, conclui o CEO.


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