Revista Exame

Um enredo de Isaac Asimov

Quando surgiu, a Internet das Coisas (IoT) parecia conto de ficção científica. Hoje, tem impacto direto na produtividade e na economia

O escritor russo-americano Isaac Asimov (1920-1992), na Avenue Book Fair, em Nova York: mundo idealizado com objetos interconectados (Rita Barros/Getty Images)

O escritor russo-americano Isaac Asimov (1920-1992), na Avenue Book Fair, em Nova York: mundo idealizado com objetos interconectados (Rita Barros/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 06h00.

É difícil adivinhar, aos olhos do presente, quais tecnologias emergentes causarão um ponto de virada, uma disruptura do mundo como o conhecemos, e quais ficarão pelo caminho. Em meados da década de 1990, havia quem duvidasse do potencial da internet, e poucos poderiam prever o impacto que essa rede teria em nossa vida.

O mesmo pode ser dito sobre a evolução natural da internet, a internet das coisas. Internet of Things, ou IoT, em inglês, foi um termo cunhado em 1999 pelo britânico Kevin Ashton, do MIT, e descrevia um futuro em que a internet seria conectada ao mundo físico. Nesse cenário, objetos interconectados poderiam coletar e analisar dados para realizar tarefas sem intervenção humana — na época, isso parecia um enredo de ficção científica à la Isaac Asimov (1920-1992), o bioquímico e escritor russo-americano autor da Série da Fundação, entre outras obras.

Aquele mundo idealizado por Ashton se tornou realidade antes do que poderíamos pensar. Hoje, a IoT está em crescimento exponencial, cada vez mais presente em pequenas ações do cotidiano. Para ficar em alguns exemplos, basta pensar em relógios inteligentes que monitoram desde o sono até gastos calóricos, assistentes pessoais que leem as principais notícias do dia, lâmpadas acionadas por comando de voz, robôs que aspiram os cantos da sala, aplicativos que mostram a localização em tempo real, câmeras com acesso remoto, GPS com informações atua­lizadas de trânsito.

Esses são apenas alguns exemplos do uso habitual da IoT. Mas seu alcance vai muito além dos populares devices pessoais e domésticos.  “A IoT não é apenas sobre tecnologia; é sobre solucionar problemas reais e criar valor em praticamente todos os setores da economia”, diz Joselito Barros, professor da área de TI do Senac São Paulo, em uma das reportagens desta edição especial da EXAME CEO, dedicada ao tema.

A IoT está hoje no agronegócio e na indústria, no setor de energia e nos transportes, na saúde e na logística. Difícil pensar em um segmento que não esteja sendo impactado por avanços proporcionados por dispositivos conectados. Entenda, nas páginas a seguir, como isso vem acontecendo — e quais são as perspectivas para o futuro. Boa leitura! 

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