BYD: primeira fábrica da montadora chinesa no Brasil fica na Bahia. (Divulgação/Divulgação)
Publicado em 23 de julho de 2025 às 17h38.
Última atualização em 23 de julho de 2025 às 17h41.
*Artigo de opinião:
Vivemos hoje a era da “economia do software” em que praticamente todos os setores — da indústria automotiva ao agronegócio — estão digitalizando processos, produtos e serviços.
Uma verdadeira "corrida global" por inovação em software que tem impulsionado o Brasil a investir mais de US$ 58 bilhões no setor, consolidando o país como o 9º maior mercado mundial em software e serviços de TI, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), atrás apenas dos mercados gigantes como EUA, China, Japão, Alemanha e Reino Unido.
Com um crescimento anual médio superior a 10%, o mercado brasileiro vive um momento estratégico, onde a Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em software se torna peça-chave para competitividade, produtividade e conquista de novos mercados.
Tanto que o segmento SaaS cresce a taxas superiores a 20% ao ano, impulsionado pela demanda de empresas que buscam escalabilidade, segurança e redução de custos operacionais.
O cenário é tão otimista que o International Data Corporation (IDC) indica que, até 2026, 58% do gasto empresarial em TI no Brasil estará concentrado em soluções digitais e serviços baseados em nuvem.
Na indústria tradicional o ciclo de P&D é bem conhecido por criar protótipos físicos, realizar testes e corrigir falhas exige tempo e investimento em materiais, máquinas e linhas de produção.
Um novo smartphone, por exemplo, requer pesquisa de novos materiais para telas, chips mais potentes, design mecânico e ergonomia, além de processos de fabricação altamente controlados. Qualquer falha em protótipo físico representa perdas financeiras significativas e atrasos no lançamento.
No mundo do software, o experimental é igualmente técnico, porém mais ágil. Antes de lançar uma solução, desenvolvem-se as chamadas Provas de Conceito (PoCs), fundamentais para reduzir riscos. Imagine um banco digital planejando um novo serviço de investimento integrado à sua plataforma: uma PoC pode envolver o teste de algoritmos de inteligência artificial com dados fictícios para avaliar performance, segurança e aderência regulatória.
Ou validar arquiteturas de microsserviços que permitam ao sistema suportar 10 milhões de acessos simultâneos sem degradação.
No setor público, exemplos como o Gov.br mostram a escala e complexidade desse mercado. A plataforma unificou mais de 4.900 serviços digitais e tem mais de 160 milhões de usuários cadastrados. Cada nova funcionalidade exige ciclos robustos de experimentação, principalmente para garantir segurança de dados e experiência do usuário.
Em síntese, o investimento bilionário no Brasil é justificado pela necessidade de inovar rapidamente e pela percepção de que software deixou de ser apenas ferramenta de suporte para se tornar core business de praticamente qualquer organização. Não por acaso, empresas que investem sistematicamente em P&D em software reportam margens de lucro até 30% superiores às concorrentes, segundo estudos recentes do Gartner.
O fato é que o mercado não vai esperar. Quem não estiver preparado para inovar, ficará para trás. Está na hora de transformar ideias em resultados concretos. Invista em P&D, capacite sua equipe e conte com parceiros especializados para tirar projetos do papel. Porque, no universo digital, inovação não é opção — é questão de sobrevivência.