Tecnologia

Apresentado por IBM

Qualquer um pode criar um agente de IA — mas poucos sabem como governar

IBM abre AI Forum 2025 com recado direto: é hora de tirar proveito da inteligência artificial com transparência, propósito e governança

Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil: com os mesmos prompts, diferentes empresas podem chegar aos mesmos resultados, sem criar vantagem competitiva. (Exame/Divulgação)

Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil: com os mesmos prompts, diferentes empresas podem chegar aos mesmos resultados, sem criar vantagem competitiva. (Exame/Divulgação)

EXAME Solutions
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Publicado em 18 de junho de 2025 às 17h40.

Menos de 1% dos dados das empresas já foram usados para treinar modelos de inteligência artificial, segundo a IBM. A informação foi o ponto de partida da fala de Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil, na abertura do AI Forum Brasil 2025, realizado na última quinta-feira, 5, no B32, em São Paulo.

Segundo Braga, essa lacuna escancara um risco: com os mesmos prompts, diferentes empresas podem chegar aos mesmos resultados, sem criar vantagem competitiva. A provocação guiou o tom do evento e antecipou a proposta central da companhia: usar inteligência artificial com governança, propósito e transparência.

Para o executivo, o diferencial estará não apenas no uso de dados, mas na maneira como as empresas tratam seus clientes e estruturam seus serviços. Ele citou o caso da L’Oréal, que treinou um modelo de IA para ajudar no desenvolvimento de produtos biodegradáveis e sustentáveis — exemplo de uso alinhado à estratégia ambiental da companhia.

O auditório, repleto de líderes empresariais e desenvolvedores, acompanhou a apresentação da estratégia da IBM para IA generativa, com base em uma arquitetura aberta e híbrida, e o investimento da empresa de tecnologia em agentes autônomos de IA.

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Watsonx e a aceleração dos agentes de IA

No mês passado, durante o Think, sua conferência global, a IBM apresentou o Watsonx Orchestrate, uma ferramenta para integrar múltiplos agentes de IA em tarefas simultâneas. Uma pesquisa da empresa aponta que 85% das companhias já usam ou devem implementar agentes de IA até o final deste ano. “Esses agentes já pré-construídos aceleram demais as possibilidades e os retornos do que pode ser feito”, afirmou Braga.

Para Thiago Viola, diretor de IA da IBM Brasil, o momento é de urgência. “Se você ainda não está usando, tem no máximo seis meses para entrar no jogo e extrair valor desses agentes. Eles realmente vão transformar os negócios e gerar produtividade”, disse.

IA não substitui pessoas — mas muda quem fica no jogo

Em um painel moderado por Adriano Mussa, reitor e diretor acadêmico da EXAME Educação e Saint Paul; Mark Stewart Mello, gerente de Soluções e Experiência (CX) do Inter; e Franco Bria, superintendente de Dados e Analytics da Sicredi, destacaram os avanços da inteligência artificial no setor financeiro – e concordaram que o maior obstáculo para a transformação digital ainda é humano.

“Recentemente, uma pesquisa de uma grande consultoria mostra que o desafio da IA, no final do dia, é 70% pessoas, 20% tecnologia e 10% de fato IA”, disse Franco Bria. A instituição criou uma “vitrine de modelos” para permitir que cooperativas acessem soluções de IA sem precisar dominar a tecnologia.

Mello, do Inter, destacou a evolução da assistente Babi, responsável por mais de 1,6 milhão de atendimentos mensais. “Hoje, se a gente desligasse a Babi, o Inter teria de gastar algumas ou várias dezenas de milhões de reais por ano para sustentar essa operação”, afirmou. Em sua fala final, citou o enxadrista russo Garry Kasparov: “A inteligência artificial não vai substituir pessoas, mas pessoas que sabem usar inteligência artificial vão substituir pessoas que não sabem.”

Seis meses podem ser irrecuperáveis, alerta consultor da IBM

Com uma metáfora sobre o tênis — esporte antes praticado no local onde hoje está o prédio do evento —, Marcelo Flores, gerente-geral da IBM Consulting Brasil, traçou paralelos entre precisão, dados e transformação. “A gente tem de ser preciso; a gente tem de ser certeiro; a gente tem de fazer de primeira, implementar projeto sem falha, porque, hoje, diferentemente de antes, seis meses podem ser irrecuperáveis”, afirmou.

Confira, a seguir, os painéis na íntegra:

O painel com Alexandre Pigatti, head de IA e Democratização de Dados da Vale, e Cláudia Nolla, executiva de Estratégia e Transformação Digital com IA da IBM Consulting, discutiu os cinco mind shifts (“mudanças de mentalidade”) que diferenciam empresas que conseguem escalar inteligência artificial com retorno concreto.

Segundo Cláudia, os dados da pesquisa do Institute for Business Value mostram um novo momento: “Em 2023, muitas empresas estavam em MVPs; agora vemos um grupo que está realmente capturando valor. O que elas fizeram de diferente? Adotaram coragem como núcleo, governança de IA e olhar de negócio desde o início”, afirmou. Para ela, a experimentação com foco em valor virou peça-chave: “Não pode haver paralisia. Mesmo com a tecnologia evoluindo, é preciso fazer apostas calculadas e com base no que mais traz impacto.”

Pigatti reforçou essa visão com casos concretos da Vale, como a aplicação de IA para prever a umidade de cargas nos navios, evitando paradas operacionais: “A operação confia na inteligência artificial que está mostrando, antes de a carga acontecer, como vai ficar o TML (Limite de Umidade Transportável). Isso nos deu 97% de acurácia e evitou perdas de até 48 mil toneladas por navio”, disse.

Humanware: a inteligência artificial vista pela lente humana

Por fim, o painel conduzido por Dante Freitas e Renan Hannouche, professores da Singularity University, abordou a inteligência artificial a partir de uma lente mais humana, propondo uma reflexão sobre o conceito de humanware — a integração entre o lado subjetivo do ser humano e as capacidades oferecidas pela tecnologia.

Em vez de temer ou resistir à IA, os palestrantes sugeriram, em um tom bem-humorado, a necessidade de “hackear esse rolê”, ou seja, encontrar maneiras de se adaptar de forma crítica, segura e consciente às transformações em curso. Veja, no box a seguir, outros insights do painel:

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