Redatora
Publicado em 7 de novembro de 2025 às 11h37.
No Brasil, 53% dos adultos com mais de 16 anos praticam alguma atividade física, segundo pesquisa do Datafolha de janeiro deste ano. Nas redes sociais, multiplicam-se vídeos que ensinam a execução correta de exercícios, tema que desperta o interesse de grande parte do público de musculação — especialmente os iniciantes.
De olho nesse movimento e no crescimento do mercado de bem-estar — que alcançou US$ 6,3 trilhões em 2023, segundo o Global Wellness Institute —, startups buscam novas formas de usar a tecnologia como aliada da boa forma. Garantir uma execução adequada dos exercícios é essencial não só para a eficácia do treino, mas também para evitar lesões causadas pelo esforço em músculos que não são o foco do dia. Como alternativa prática, alguns aplicativos indicam se a posição adotada durante a atividade está correta.
IA na rotina dos exercícios: execução adequada é essencial
Os softwares de análise de movimento não são exatamente uma novidade: há anos, são utilizados por profissionais de saúde. Mas só recentemente começaram a se popularizar entre os praticantes de atividades físicas. Hoje, versões gratuitas e pagas podem ser facilmente encontradas nas lojas de aplicativos.
Essas ferramentas usam inteligência artificial e algoritmos de reconhecimento corporal para avaliar a postura durante o treino, a partir da captação de movimento pela câmera do celular. Antes de começar, o usuário seleciona o tipo de exercício, e a plataforma indica qual é a melhor execução.
Entre as opções disponíveis estão aplicativos como o Kaia Personal Trainer, que usa IA para analisar o movimento em tempo real, e o Perfect Posture Workout, voltado à correção postural e à redução de dores musculares. Ambos funcionam com base na câmera do celular e fornecem alertas caso a execução do exercício esteja incorreta.
Os aplicativos exibem dados sobre angulação, alinhamento do tronco e das articulações, mostrando até o grau de posicionamento de calcanhares, joelhos, quadril, cintura, cotovelos e cabeça. Alguns ainda geram relatórios detalhados com pontos de melhoria e possíveis sinais de atenção ortopédicos.
Apesar das possibilidades, a inteligência artificial ainda enfrenta limitações que reforçam a importância do acompanhamento humano. Estudos indicam que os aplicativos têm dificuldade para avaliar a postura quando há mais de uma pessoa no campo da câmera ou quando o celular não está posicionado de forma ideal, captando todo o corpo do usuário.
Além disso, muitos desses apps não consideram particularidades individuais, como dores, limitações físicas ou diferenças estruturais entre homens e mulheres. Versões adaptadas a cada biotipo poderiam reduzir as margens de erro e aprimorar os resultados.
Especialistas reforçam que a tecnologia pode ser uma aliada importante para quem treina em casa, mas não substitui a orientação profissional. Por enquanto, os aplicativos representam uma maneira acessível de entender, com cuidado, a execução dos movimentos e acompanhar a evolução dos treinos.
Com o avanço de câmeras 3D e sensores de movimento em smartphones e smartwatches, a tendência é que essas soluções se tornem mais precisas e integradas à rotina de quem busca treinar com segurança.