Tecnologia

Apple fecha parceria com Alibaba para integrar IA local em iPhones na China

Apple escolhe a Alibaba para integração de IA nos iPhones na China, buscando recuperar vendas e competir com marcas locais

China2Brazil
China2Brazil

Agência

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 14h55.

Tudo sobreTecnologia
Saiba mais

A Apple definiu seu parceiro para o mercado chinês: a Alibaba. Isso significa que os usuários chineses do iPhone poderão, ainda neste ano, ter acesso a uma experiência impulsionada por um modelo de IA local. Enquanto isso, marcas chinesas que já lançaram funções de IA em seus celulares no ano passado estão acelerando a integração com a DeepSeek.

Funcionalidades e benefícios da parceria

As funcionalidades desenvolvidas em conjunto podem incluir geração de imagens, otimização de texto e busca inteligente, melhorando recursos como fotografia, gerenciamento de notificações e digitação no iPhone. As duas empresas já enviaram a tecnologia para aprovação dos órgãos reguladores chineses, um sinal de que a colaboração avançou significativamente. Caso seja aprovada, a China será o primeiro mercado a contar com uma IA da Apple integrada a um modelo local.

Por que a Apple escolheu a Alibaba?

A decisão faz parte da estratégia da Apple para frear a queda nas vendas no país, que recuaram 11% no último trimestre de 2024. Com a parceria, a gigante americana busca melhorar a experiência do usuário e competir com marcas locais como Huawei e Vivo.

Nos bastidores, a Apple vinha testando diferentes opções de IA no país, mas não estava satisfeita com a capacidade das soluções analisadas em interpretar comandos dos usuários e responder com precisão, considerando o contexto real de uso dos aparelhos. A Alibaba se destacou nesse cenário com seu modelo de IA, o Qwen (Tongyi Qianwen), que recentemente lançou a versão Qwen 2.5-Max. Segundo a empresa, essa versão supera concorrentes como DeepSeek-V3, OpenAI GPT-4o e Meta Llama-3.1-405B.

O Qwen adota a arquitetura MoE (Mixture of Experts) e foi treinado com mais de 20 trilhões de tokens para aprimorar sua capacidade em linguagem, raciocínio, matemática e programação. Além disso, a Alibaba oferece diversas variantes da tecnologia, como o Qwen-VL (multimodal), Qwen-Audio, Qwen-Coder e Qwen-Math, permitindo que a IA compreenda vídeos, arquivos, objetos em imagens e até controle remoto de computadores.

Outro fator que pesou na decisão foi a expertise da Alibaba em serviços de nuvem, garantindo uma infraestrutura robusta para rodar os modelos de IA no mercado chinês. Além disso, a empresa detém um vasto banco de dados sobre hábitos de consumo dos chineses, o que pode tornar as funcionalidades da Apple ainda mais personalizadas para os usuários locais.

O caminho até a parceria com a Alibaba

A escolha da Alibaba não foi imediata. A Apple iniciou os testes com IA na China em 2023 e, inicialmente, optou por trabalhar com a Baidu. No entanto, dificuldades técnicas com o modelo da empresa e restrições de privacidade impostas pela Apple levaram ao cancelamento da parceria. A Baidu desejava coletar dados dos usuários para treinar sua IA, o que ia contra a política da Apple.

Nos últimos meses, a Apple avaliou outras opções, incluindo Tencent, ByteDance, DeepSeek e Alibaba. Embora a DeepSeek tenha conquistado a confiança de diversas fabricantes chinesas, como Huawei e Oppo, sua estrutura ainda não é robusta o suficiente para atender a demanda da Apple. A ByteDance, por sua vez, lidera o mercado de aplicativos de IA voltados para o público consumidor, mas a Alibaba se destacou na oferta de soluções empresariais e serviços em nuvem.

Vale notar que, embora a Apple tenha fechado um acordo com a Alibaba, não há confirmação de que a Baidu será totalmente descartada. A empresa pode seguir buscando alternativas para integrar diferentes modelos de IA ao seu ecossistema na China.

Acompanhe tudo sobre:TecnologiaApple

Mais de Tecnologia

O Vale virou quartel: por que executivos de big techs se tornaram oficiais do Exército dos EUA

TruthSocial, rede social de Trump, passa por instabilidades depois de EUA confirmarem ataque ao Irã

Maior vazamento da história expõe 16 bilhões de senhas — e Brasil está entre os mais afetados

iFood fora do ar? Aplicativo passa por instabilidades neste sábado, 21