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Bloquear a internet no celular por duas semanas melhora saúde mental e atenção

Estudo com 467 participantes mostrou que a restrição reverteu uma década de declínio cognitivo e superou efeitos de antidepressivos

Resultado vem de estudo com 467 participantes publicado na revista PNAS Nexus (AntonioGuillem/Getty Images)

Resultado vem de estudo com 467 participantes publicado na revista PNAS Nexus (AntonioGuillem/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 15 de maio de 2025 às 14h34.

Um experimento que bloqueou o acesso à internet em smartphones por duas semanas registrou melhorias expressivas na saúde mental e na capacidade de atenção dos participantes.

A pesquisa, publicada na revista PNAS Nexus, envolveu 467 pessoas e indica que a dependência dos dispositivos digitais pode afetar a cognição humana de forma mais profunda do que se imagina.

Os participantes, com idade média de 32 anos, foram divididos em dois grupos: um ficou duas semanas sem acesso à internet pelo celular e o outro, nas duas semanas seguintes. Durante o período, chamadas e mensagens tradicionais continuaram liberadas, e o acesso pela internet via computador era permitido. Um aplicativo no iPhone bloqueava o uso, registrando tentativas de desativar o bloqueio.

Segundo o estudo, 91% dos participantes apresentaram melhora em ao menos um dos três indicadores avaliados — saúde mental, atenção e bem-estar subjetivo —, e cerca de 75% relataram melhora significativa no estado mental. A atenção aumentou a ponto de reverter o declínio cognitivo estimado em dez anos relacionado à idade.

Adrian Ward, professor associado da Universidade do Texas e coautor do estudo, destacou que embora a tecnologia tenha transformado comportamentos nos últimos 15 anos, nossa psicologia humana básica permanece inalterada. “Os dados indicam que não estamos adaptados para lidar com a conexão constante a tudo o tempo todo,” afirmou.

O estudo aponta ainda que os efeitos da restrição foram mais pronunciados nos sintomas de depressão do que os observados com antidepressivos, e ficaram próximos dos resultados da terapia cognitivo-comportamental, embora os autores ressaltem que o experimento não seja comparável a contextos clínicos tradicionais.

Segundo Ward, a restrição fez os participantes dedicarem mais tempo a atividades prazerosas no mundo real, como hobbies, conversas presenciais e contato com a natureza. “Eles também relataram melhor qualidade do sono, maior sensação de conexão social e mais controle sobre suas decisões,” completou o pesquisador.

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