Redatora
Publicado em 5 de julho de 2025 às 08h01.
Um dos maiores fenômenos recentes no YouTube atende pelo nome de Bloo. O personagem animado de cabelos azuis soma 2,5 milhões de inscritos e mais de 700 milhões de visualizações jogando jogos como GTA, Roblox e Minecraft.
Bloo é um dos principais representantes dos VTubers, ou influenciadores virtuais, que são operados com ajuda de inteligência artificial.
Criado por Jordi van den Bussche, conhecido no YouTube como Kwebbelkop, o avatar foi a solução encontrada pelo influenciador holandês de 29 anos para driblar o desgaste da produção tradicional de vídeos. Segundo ele, desde a sua criação em 2023, Bloo já gerou receita acima de sete dígitos.
Quase todo o trabalho por trás do canal de Bloo é automatizado: as imagens de capa, a dublagem e até parte dos roteiros são produzidos com IA, usando ferramentas como ChatGPT, Gemini, Claude e ElevenLabs.
Van den Bussche ainda é responsável pela voz e pelos movimentos de Bloo, com tecnologias de rastreamento facial e captura de movimento. A meta, no entanto, é tornar todo o processo totalmente automatizado no futuro, assim que a inteligência artificial for capaz de replicar a intuição e o instinto criativo humano de forma mais eficiente.
Esse tipo de tecnologia está avançando rapidamente. A startup Hedra, por exemplo, levantou US$ 32 milhões em maio para aprimorar o Character-3, produto que permite criar vídeos de até cinco minutos com personagens digitais gerados por IA.
Ao mesmo tempo, ganha espaço uma vertente ainda mais automatizada: canais “sem rosto”, nos quais os produtores de conteúdo geram vídeos completos sem aparecer na tela. Um dos nomes por trás dessa tendência é o espanhol que se apresenta como GoldenHand. Em entrevista à CNBC, ele disse que administra dezenas de canais e publica até 80 vídeos por dia com o apoio de uma equipe enxuta e um exército de ferramentas de IA.
Do outro lado do espectro, crescem as críticas à proliferação de conteúdos rasos, chamados de “AI slop”. São vídeos e imagens considerados de baixa qualidade, criados com pouco ou nenhum envolvimento humano. Ainda assim, enquanto houver cliques e engajamento, o modelo permanece sustentável.