Além do caso de 2025, interrupções foram registradas em 2020, 2021 e 2023 (Noah Berger)
Redator
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 15h26.
Nesta segunda-feira, 20, uma falha na Amazon Web Services (AWS), a plataforma de computação em nuvem da Amazon, afetou empresas de diversos setores e reacendeu preocupações sobre a vulnerabilidade de sistemas centralizados em um único serviço.
Além do caso de 2025, interrupções foram registradas em 2020, 2021 e 2023, todas com origem na mesma região crítica: a US-EAST-1, no norte da Virgínia. Por ser a mais antiga da AWS e ainda concentrar funções essenciais, uma falha ali pode desencadear interrupções em cascata, como ocorreu nesta segunda.
Para empresas que operam digitalmente, usar a infraestrutura da Amazon pode significar redução de custos e aceleração de processos. No entanto, ao mesmo tempo, falhas podem provocar queda de receita, perda de dados e danos à reputação.
Por isso, não basta estar “na nuvem”: é preciso desenhar uma arquitetura resiliente. Nesse sentido, veja algumas práticas que podem mitigar os efeitos de interrupções como as da AWS.
Os principais provedores de nuvem, como Microsoft Azure e Google Cloud, além, é claro, da AWS, operam com diversas zonas e regiões isoladas. Por isso, em vez de concentrar todos os sistemas em um único ponto, empresas podem configurar suas aplicações para rodar em mais de uma área.
Desse modo, em caso de pane em regiões como a US-EAST-1, zonas alternativas podem absorver a carga sem afetar a experiência do usuário.
Mesmo distribuindo as aplicações, muitas empresas mantêm funções críticas (como autenticação ou gerenciamento de identidade) atreladas a uma única região. Isso cria um gargalo que pode derrubar sistemas inteiros.
A recomendação é auditar essas dependências e configurar planos de controle em múltiplas regiões, reduzindo a exposição a um único ponto de falha.
Para sistemas mais sensíveis, recomenda-se adotar uma arquitetura multicloud, com cópias da aplicação ou serviços espelhados em dois ou mais provedores diferentes. Bancos e empresas de e-commerce costumam adotar essa abordagem.
Embora mais cara e complexa, essa estratégia garante que uma falha na AWS, por exemplo, não afete uma instância espelhada no Google Cloud ou na Microsoft Azure.
Backups são inúteis se não puderem ser restaurados rapidamente. Por isso, automatizar o processo e realizar testes frequentes de recuperação são medidas essenciais para garantir que os dados estejam acessíveis mesmo em cenários de falha total, além de manter cópias em locais geograficamente separados — ou até mesmo em outro provedor ou mídia física.
Por fim, soluções de observabilidade e monitoramento permitem que as empresas detectem problemas antes que causem impacto generalizado. Isso inclui ferramentas que alertam para latência, falhas de conexão e comportamento anômalo de serviços.
Datadog, Prometheus e New Relic são exemplos de soluções usadas com essa finalidade, com a vantagem de poderem ser integradas diretamente às plataformas de nuvem.