Na sexta-feira, 4, Donald Trump anunciou que iniciará negociações com a China sobre um possível acordo de venda nesta semana (Anthony Kwan/Getty Images)
Redator
Publicado em 8 de julho de 2025 às 11h14.
Com a operação nos Estados Unidos prorrogada pela terceira vez, agora até 17 de setembro, o TikTok trabalha em uma nova versão do app feita especialmente para o público americano. Segundo o site The Information, a ideia é viabilizar a venda das operações nos EUA para um grupo de investidores do país, atendendo a exigências do governo norte-americano.
A previsão é lançar essa versão americana nas lojas de aplicativos em 5 de setembro, apenas 12 dias antes do prazo final para a suspensão das operações. Mesmo com uma lei que garante o funcionamento do TikTok atual até março de 2026, quem quiser continuar usando depois disso precisará baixar a nova versão exclusiva para os EUA.
Essa medida é parte de uma negociação para separar as operações do TikTok nos EUA em uma empresa norte-americana independente. A ideia original era que investidores dos EUA tivessem o controle majoritário, mas as conversas esfriaram depois de a China indicar que não aprovaria o plano, em meio à guerra comercial e às tarifas impostas a produtos chineses.
Na sexta-feira, 4, o presidente Donald Trump afirmou que o governo americano está “próximo de um acordo” e que começaria a negociar com a China nesta semana para obter aprovação do negócio. Para o governo dos EUA, transferir o controle do TikTok local para uma empresa nacional é um jeito de manter o app funcionando sem bloqueios, mas sob regras americanas.
Em 19 de junho, Trump estendeu o prazo para a venda dos ativos da ByteDance — empresa-mãe do TikTok — nos EUA até 17 de setembro. A meta do governo é forçar a venda até o fim de 2025; caso contrário, o aplicativo poderá ser bloqueado no país.
Dez dias após estender o prazo, Trump anunciou ter encontrado um comprador para o TikTok americano, sem revelar detalhes sobre o valor ou quem compõe o grupo. Entre os nomes cogitados estão Oracle, Microsoft, Amazon, Blackstone e alguns bilionários dos EUA.
A pressão por essa “versão só para americanos” reflete a disputa entre Washington e Pequim por controle tecnológico e dados de usuários. A ideia do governo dos EUA é garantir que as operações locais fiquem sob legislação americana e longe de eventuais exigências do governo chinês.