iPhone 16: modelo lidera o ranking de smartphones mais vendidos do mundo no 1º trimestre de 2025 (Apple/Divulgação)
Redatora
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 06h44.
O design ultrafino do iPhone Air ganhou destaque no lançamento na semana passada, mas a principal inovação do smartphone pode estar em sua bateria. De acordo com Gene Berdichevsky, cofundador e CEO da fabricante de materiais para baterias Sila, a Apple introduziu uma tecnologia que pode mudar o padrão da indústria.
“A bateria do novo iPhone é realmente impressionante”, disse Berdichevsky ao TechCrunch. Segundo ele, o formato bidimensional inédito da célula representa um avanço tecnológico de fôlego.
Berdichevsky foi o sétimo funcionário da Tesla e liderou a engenharia da bateria do Roadster original. Hoje, à frente da Sila, ele desenvolve materiais de ânodo de silício para eletrônicos e veículos elétricos.
O iPhone Air adota uma bateria em invólucro metálico patenteada pela Apple. Diferente das baterias convencionais em formato de bolsa, que utilizam plástico, a estrutura de metal adiciona resistência e permite moldar células em diferentes formatos. Isso possibilita aproveitar melhor o espaço interno do aparelho, chegando próximo às bordas após a instalação da placa lógica.
De acordo com Berdichevsky, essa flexibilidade é fundamental não apenas para smartphones, mas também para dispositivos menores, como óculos de realidade aumentada e realidade virtual. Ele afirma que já viu protótipos na China que utilizam a mesma abordagem.
Apesar do custo mais elevado, a expectativa é que o setor adote baterias metálicas pela capacidade de armazenar mais energia em formatos variados.
A Apple já vinha usando baterias em formato de L, mas enfrentava limitações devido ao inchaço natural das células de íons de lítio. A versão metálica reduz esse problema, tornando possível projetar baterias em diferentes geometrias sem comprometer a durabilidade.
A complexidade do novo design ajuda a explicar por que a Apple ainda não migrou para ânodos de silício-carbono, mais avançados que os tradicionais de grafite. Embora esses materiais possam armazenar até 50% mais energia, são suscetíveis à expansão.
Empresas como a Sila já desenvolveram métodos para controlar esse inchaço, mas a adoção em larga escala ainda depende de ajustes no nível da célula. Para Berdichevsky, a transição da Apple para invólucros metálicos abre caminho para essa mudança no futuro.
“Isso certamente ajudará a introduzir silício nesse tipo de dispositivo", disse. "A tecnologia permite expandir ainda mais os limites de desempenho, mesmo que ainda existam compensações a serem administradas. [...] É bem revolucionário'', acrescentou o executivo.