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Escândalo do Facebook cresce após envolvimento de mais uma empresa

Delator disse que empresa canadense AggregateIQ desenvolveu programa para identificar eleitores republicanos antes das eleições de 2016 nos Estados Unidos

Facebook: empresa enfrenta intenso escrutínio após as revelações de Wylie sobre uso indevido de dados pessoais (Thomas White/Reuters)

Facebook: empresa enfrenta intenso escrutínio após as revelações de Wylie sobre uso indevido de dados pessoais (Thomas White/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de março de 2018 às 21h02.

Londres - O escândalo envolvendo o Facebook sobre uso dos dados de usuários da rede social por consultores políticos cresceu nesta terça-feira, após um delator dizer que a empresa canadense AggregateIQ desenvolveu um programa para identificar eleitores republicanos antes das eleições de 2016 nos Estados Unidos.

Christopher Wylie, que já havia revelado que a consultoria Cambridge Analytica acessou dados de 50 milhões de usuários do Facebook para construir perfis eleitorais em nome da campanha de Donald Trump, disse que a AggregateIQ criou um software chamado Ripon para fazer um perfil dos eleitores.

Wylie deu evidências a um comitê parlamentar britânico sobre o escândalo, minutos depois do presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, ter se recusado a comparecer perante os parlamentares para explicar o que deu errado.

O chefe do comitê chamou a decisão de Zuckerberg de "espantosa" e insistiu para que ele pensar novamente no assunto.

A CNN disse que Zuckerberg decidiu testemunhar perante o Congresso dos Estados Unidos.

As revelações sobre os dados do Facebook pesaram nas ações da empresa e aumentaram as preocupações dos investidores de que qualquer falha das grandes empresas de tecnologia em proteger a privacidade poderá dissuadir anunciantes e levar a uma regulamentação mais rígida.

"Agora existem provas tangíveis em domínio público de que a AIQ realmente criou o Ripon, o programa que usou os algoritmos dos dados do Facebook", disse Wylie ao Comitê Digital, de Cultura, Mídia e Esportes do Parlamento britânico.

O Facebook enfrenta um intenso escrutínio após as revelações de Wylie sobre uso indevido de dados pessoais e o papel que poderia ter desempenhado na eleição dos EUA em 2016.

Zuckerberg pediu desculpas na semana passada pelos erros cometidos pelo Facebook e prometeu medidas mais rigorosas para restringir o acesso de terceiros a essas informações.

Ripon, cidade na qual o Partido Republicano foi fundado em 1854, deu nome a uma ferramenta que permite que uma campanha administre sua base de dados de eleitores, atinja eleitores específicos, angarie votos, gerencie a arrecadação de fundos e realize pesquisas, segundo ele.

A AggregateIQ não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações. A empresa disse anteriormente à Reuters que nunca foi e não faz parte da Cambridge Analytica, ou entrou em um contrato com a empresa de consultoria.

A Cambridge Analytica disse que não compartilhou nenhum dos dados de perfil do Facebook com o AggregateIQ.

 

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