Tecnologia

HackTown 2025 ocupa Santa Rita com mais de 1.000 palestras e quatro gigantes da tecnologia

Festival mineiro de inovação conta com Google, AWS, Nvidia e Oracle como parceiros e promete ativar 500 empresas e 30 mil pessoas até sábado

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 31 de julho de 2025 às 14h13.

Última atualização em 31 de julho de 2025 às 15h10.

O HackTown 2025 começa nesta quarta, 31, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e deve reunir cerca de 30 mil pessoas ao longo de quatro dias de programação intensa. O festival, reconhecido como o maior encontro de inovação e criatividade da América Latina, chega à nona edição com a promessa de conectar tecnologia, cultura, negócios e impacto social — em praças, bares, escolas e até quintais residenciais.

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Localizada a 400 km de Belo Horizonte, Santa Rita do Sapucaí é conhecida como o “Vale da Eletrônica”, onde 160 startups se concentram ao redor de instituições técnicas como o Inatel e a ETE. Durante o evento, a cidade de 40 mil habitantes se transforma em vitrine de experimentações sociais e tecnológicas, em um formato inspirado no americano SXSW, o South by Southwest.

Nesta edição, o festival conta com mais de 1.000 palestras, 500 empresas participantes e atividades que envolvem desde discussões sobre inteligência artificial, deepfakes e tecnologias emergentes até debates sobre ancestralidade, inclusão e regeneração ambiental. O conteúdo foi selecionado por uma curadoria que percorreu o Brasil e países da América Latina, além de centros de excelência como Harvard e MIT, nos EUA, e hubs tecnológicos como Hong Kong e Xangai.

Entre os palestrantes confirmados estão Nathalia Arcuri, fundadora do Me Poupe; Neil Redding, CEO da Redding Futures; Gustavo Cunha, cientista de dados do Nubank; Marina Landherr, do TikTok Brasil; e Anderson Marcelo, CEO da Delivery das Favelas. A programação prevê também trilhas específicas sobre saúde mental, espiritualidade e economia dos criadores.

A cidade e o evento

Desde 2016, o HackTown adota uma lógica de colaboração entre festival e cidade. Parte da renda obtida com ingressos sociais é revertida para ações comunitárias — como pintura de hospitais e projetos educacionais.

No ano passado, o evento movimentou cerca de R$ 30 milhões na economia local e nas cidades vizinhas, como Pouso Alegre, Itajubá e Extrema. Estimativas da organização apontam para um impacto semelhante neste ano, com expectativa de novas parcerias geradas durante o evento.

Além do apoio de marcas como Google, Claro, Ambev, Meta e Banco do Brasil — que transformou uma casa com areia no chão em espaço de debates —, a edição 2025 traz quatro gigantes globais da tecnologia como parceiras: Google, AWS, Nvidia e Oracle.

Segundo dados da edição anterior, foram mais de 50 mil horas de conteúdo compartilhadas por 1.115 speakers, além de 18 mil mensagens trocadas e 48 mil conexões feitas via aplicativo oficial do evento, que funciona como rede social e mapa interativo.

História e vocação tecnológica

A base tecnológica de Santa Rita do Sapucaí remonta a 1959, quando a mineira Sinhá Moreira criou a primeira escola técnica de eletrônica da América Latina, mudando a trajetória da cidade. Seis anos depois, nasceu o Inatel, voltado para a formação de engenheiros em telecomunicações — hoje, referência nacional no desenvolvimento de redes móveis de sexta geração, o chamado 6G.

O HackTown segue até sábado, 3 de agosto, com atividades simultâneas, shows, painéis, oficinas e festas que tomam as ruas e becos de Santa Rita. Para os organizadores, o desafio agora é consolidar o festival como uma plataforma perene de inovação — e manter a singularidade de um grande evento que acontece, intencionalmente, fora do eixo São Paulo-Rio.

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