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Publicado em 16 de junho de 2025 às 10h01.
Com orçamentos publicitários mais restritos, marcas estão redirecionando seus investimentos para o marketing de influência, que promete conexões mais diretas e personalizadas com os consumidores. Segundo dados da consultoria Statista, essa indústria deverá crescer 36% em 2025, alcançando a marca de US$ 33 bilhões em valor global.
Em 2024, o investimento em parcerias com influenciadores digitais já havia aumentado 49%. Criadores de conteúdo passaram a dominar 25% dos orçamentos de marketing destinados às redes sociais, com destaque para campanhas focadas na chamada geração Z, grupo de consumidores nascidos entre meados dos anos 1990 e 2010.
Estima-se que esse público tenha um poder de compra de US$ 450 bilhões em escala global. Nesse contexto, microinfluenciadores — perfis com audiências entre 10 mil e 100 mil seguidores — se consolidaram como peças-chave para marcas interessadas em autenticidade e engajamento mais orgânico.
Outro movimento relevante é a ascensão do chamado social commerce, termo que se refere à integração entre redes sociais e canais de venda. Plataformas como o TikTok Shop estão remodelando o comportamento de compra ao permitir que consumidores adquiram produtos diretamente nos aplicativos, reduzindo a dependência de canais tradicionais como a TV, cuja publicidade tem retorno mais lento e incerto.
Uma vantagem frequentemente citada pelas empresas é a capacidade de ajustar campanhas de marketing de influência de forma ágil, a partir do feedback direto da audiência. Isso contrasta com formatos tradicionais, que exigem maiores investimentos e maior tempo de resposta.
Apesar da ascensão, o modelo também apresenta riscos. Um dos casos mais emblemáticos foi o rompimento da parceria entre a Adidas e o rapper Kanye West (Ye), em 2022. Após declarações polêmicas do artista — incluindo elogios a Adolf Hitler — a empresa alemã encerrou um contrato de nove anos. No ano seguinte, a Adidas registrou seu primeiro prejuízo em três décadas.
Com o avanço das inteligências artificiais generativas, o setor pode passar por nova transformação. Influenciadores digitais criados por IA estão sendo testados por marcas em busca de maior controle e previsibilidade nas campanhas. No entanto, ainda há dúvidas sobre sua capacidade de gerar a mesma conexão emocional dos criadores humanos com o público.