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O criador do Linux ainda usa uma placa de vídeo de 9 anos — e está tudo bem para ele

Enquanto o mundo corre atrás das placas mais parrudas da Nvidia, Linus Torvalds mantém no seu PC principal uma Radeon RX 580, de 2016

Linus Torvalds: o criador do Linux (Linux Magazine/Wikimedia Commons)

Linus Torvalds: o criador do Linux (Linux Magazine/Wikimedia Commons)

Publicado em 9 de agosto de 2025 às 17h01.

Última atualização em 9 de agosto de 2025 às 17h04.

Para quem imaginava que o criador do Linux, Linus Torvalds, trabalharia cercado de supercomputadores futuristas que brilham como árvores de Natal, a realidade é outra — e bem mais pé no chão.
Torvalds revelou recentemente que sua máquina principal ainda roda com uma humilde Radeon RX 580, lançada em 2016.

A revelação veio por acaso, enquanto ele investigava um erro no kernel do Linux 6.17. Ao compartilhar a tela, ficou visível sua configuração: um processador AMD Ryzen Threadripper para dar conta de compilar o sistema rapidamente — e, lá, discretamente, a GPU Polaris, que qualquer gamer diria ser “modesta” para os padrões de hoje.

Não é sobre jogar, é sobre funcionar

Torvalds não passa as noites em maratonas de jogos em 4K. Sua rotina é outra: compilar código, testar patches, ajustar o núcleo do sistema que move milhões de servidores e dispositivos pelo mundo. A Radeon RX 580 cumpre seu papel, inclusive para segurar um display 5K, com a ajuda da tecnologia DSC (Display Stream Compression).

E o curioso é que, mesmo com placas muito mais poderosas e caras disponíveis, ele não vê motivo para trocar. É o oposto do “faça upgrade todo ano” que domina o marketing de hardware.

De MacBook M1 a notebook Intel sem nome

No currículo recente de máquinas, há de tudo: um MacBook M1 (que não durou muito nas mãos dele), um notebook Intel genérico e até uma estação de trabalho com processador Ampere Altra para testes de kernel em ARM64. Mas, quando o assunto é o PC principal, Torvalds segue fiel à combinação Threadripper + Polaris.

Essa escolha, além de prática, é quase um manifesto involuntário contra a cultura da obsolescência. Se até o criador de um dos sistemas mais importantes do mundo consegue trabalhar com um setup que caberia no orçamento de um entusiasta médio, talvez o “computador perfeito” não precise ser o mais novo.

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