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O plano da Amazon para controlar o 'caos do marketplace'

O volume alto de anúncios de baixa performance atrapalha as vendas e desafio sonho da "loja infinita"

Entregador da Amazon: marketplace atingiu menor índice de satisfação do cliente em 12 anos (Frederic J. BROWN / AFP/AFP)

Entregador da Amazon: marketplace atingiu menor índice de satisfação do cliente em 12 anos (Frederic J. BROWN / AFP/AFP)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 31 de maio de 2025 às 11h36.

Última atualização em 31 de maio de 2025 às 11h42.

Quando criou a Amazon, Jeff Bezos imaginava um marketplace onde o cliente encontraria "qualquer coisa e tudo o que quisesse comprar online". Hoje, essa busca pelo catálogo infinito esbarra em um problema: são tantas ofertas que o cliente pode se perder e a experiência de compra fica confusa, desestimulando as vendas.

A gigante do e-commerce lançou, então, o projeto interno "Bend the Curve", que já eliminou mais de 24 bilhões de anúncios considerados "não produtivos". A iniciativa tem o objetivo de organizar o catálogo digital e controlar os custos crescentes da infraestrutura de nuvem.

As informações foram obtidas pelo site americano Business Insider.

Por que agora?

Liderada pelo CEO Andy Jassy desde 2021, a estratégia marca uma mudança de foco para além do crescimento acelerado do marketplace. O objetivo é dar um basta na expansão desenfreada de anúncios pouco relevantes — desde produtos com estoque inexistente até listagens desatualizadas há mais de dois anos, que não geram vendas ou causam confusão entre os consumidores.

O equilíbrio entre oferecer uma variedade quase infinita e manter a qualidade do catálogo é delicado. Pesquisas internacionais indicam uma queda na satisfação dos consumidores com o portfólio da empresa — que atingiu o menor índice em 12 anos, segundo levantamento realizado pela Evercore ISI.

Além da exclusão de anúncios, o programa criou um mecanismo de limitação para novos cadastros de produtos por vendedores com desempenho fraco. Em 2024, foram encontrados cerca de 12 mil vendedores ativos com catálogos com mais de 100 mil produtos e nenhuma venda registrada. Eles tiveram o limite de criação de novas listagens bloqueado, o que impediu a entrada de mais de 110 milhões de anúncios considerados improdutivos.

Esse esforço gerou uma economia direta de mais de US$ 22 milhões em custos com servidores da Amazon Web Services (AWS) em 2024, com previsão de US$ 36 milhões adicionais em 2025. Mesmo com o aumento previsto de 27% no orçamento da AWS para 2025, a iniciativa visa desacelerar o ritmo de crescimento dos custos operacionais na nuvem.

A iniciativa, no entanto, não está isenta de desafios. Alguns vendedores expressaram confusão sobre o escopo das restrições, chegando a acreditar que suas contas foram completamente bloqueadas, quando o foco são apenas as listagens consideradas "não produtivas". Segundo o portal Business Insider, a Amazon promete aprimorar a comunicação para evitar mal-entendidos.

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