Chrome: navegador do Google lidera o mercado (Freepik)
Repórter
Publicado em 10 de julho de 2025 às 07h19.
Última atualização em 10 de julho de 2025 às 07h20.
A OpenAI está prestes a lançar um navegador próprio baseado em inteligência artificial (IA), segundo três fontes próximas à empresa ouvidas pela Reuters. A novidade, prevista para as próximas semanas, representará um desafio direto ao Google Chrome, hoje utilizado por mais de 3 bilhões de pessoas no mundo.
O navegador da OpenAI será construído sobre o Chromium, código aberto mantido pelo próprio Google, e deve manter parte da navegação dos usuários em uma interface semelhante ao ChatGPT. Isso permitiria à empresa não só interagir com sites, mas também realizar ações automatizadas, como preenchimento de formulários e reservas online.
Se adotado pelos 500 milhões de usuários semanais do ChatGPT, o novo navegador pode afetar diretamente a principal fonte de receita da Alphabet: a publicidade digital. O Chrome alimenta esse negócio ao fornecer dados de comportamento que tornam os anúncios mais lucrativos, além de redirecionar o tráfego automaticamente para o Google Search.
Com mais de dois terços do mercado global de navegadores, o Chrome lidera com folga. O Safari, da Apple, aparece em segundo lugar com apenas 16% de participação. A chegada de um novo concorrente com poder de integração nativa de IA representa um movimento estratégico para a OpenAI, que busca expandir sua atuação além dos chatbots.
O navegador também reforça o plano da empresa de Sam Altman de integrar agentes de IA em tarefas do dia a dia — tanto pessoais quanto profissionais. A ideia é que esses agentes, como o Operator, possam agir diretamente sobre sites, automatizando tarefas sem sair da navegação.
Outras empresas também já se movimentam. A Perplexity lançou nesta semana o navegador Comet, com funções semelhantes. Startups como Brave e The Browser Company também apostam em experiências de navegação guiadas por IA.
A OpenAI contratou recentemente dois vice-presidentes do Google que integraram a equipe original do Chrome. Em abril, um executivo da empresa chegou a dizer que teria interesse em comprar o navegador, caso o governo americano obrigasse sua venda, como cogitado em processos antitruste.
A decisão de desenvolver um navegador completo, e não apenas uma extensão ou plug-in, visa garantir controle total sobre a coleta e uso de dados de navegação — algo considerado essencial para treinar e operar sistemas de IA generativa.