Redação Exame
Publicado em 12 de junho de 2025 às 06h41.
Última atualização em 12 de junho de 2025 às 06h43.
A Oracle divulgou na quarta-feira, 26, resultados financeiros acima das expectativas do mercado, impulsionando suas ações em cerca de 8% no pós-mercado. A gigante de software também sinalizou um crescimento expressivo em sua divisão de infraestrutura de nuvem para o próximo ano fiscal.
No trimestre fiscal encerrado em 31 de maio, a Oracle reportou receita de US$ 15,9 bilhões, acima dos US$ 15,59 bilhões esperados pelos analistas da LSEG. O lucro ajustado por ação foi de US$ 1,70, frente a uma expectativa de US$ 1,64. A receita subiu 11% em comparação ao mesmo período do ano anterior, com lucro líquido de US$ 3,43 bilhões.
Para o primeiro trimestre fiscal de 2026, a companhia projeta lucro ajustado entre US$ 1,46 e US$ 1,50 por ação, com crescimento de receita entre 12% e 14%, acima da expectativa de 12,4%.
A principal aposta da Oracle está no crescimento da infraestrutura em nuvem, cuja receita subiu 52% no último trimestre. Para o próximo ano fiscal, a CEO Safra Catz prevê uma aceleração para mais de 70% de crescimento, com a receita total da Oracle ultrapassando US$ 67 bilhões — acima da projeção de US$ 65,18 bilhões do mercado.
A longo prazo, a executiva afirmou que a companhia deve superar a meta de US$ 104 bilhões de receita anual até 2029, estabelecida em setembro do ano passado.O cofundador Larry Ellison revelou que a Oracle recebeu um pedido “sem precedentes” de um cliente não identificado por toda a capacidade disponível de nuvem da empresa. “Nunca vimos algo parecido”, disse.
Com a demanda crescente, os investimentos também dispararam. O capex (gastos de capital) ultrapassou US$ 21 bilhões no ano fiscal de 2025, e deve exceder US$ 25 bilhões no próximo período. Ellison admite que estão tentando reduzir custos, mas a procura "quase insaciável" obriga a expansão.
Durante o trimestre, a Oracle anunciou parcerias estratégicas com a Cleveland Clinic e o fundo soberano G42, dos Emirados Árabes, para desenvolver uma plataforma de IA voltada à saúde. Também firmou compromissos de nuvem e consultoria com a IBM e viu a SoftBank adquirir a startup de chips Ampere, apoiada pela Oracle, por US$ 6,5 bilhões.
Outro movimento relevante foi a migração da varejista chinesa Temu para a nuvem da Oracle. E a empresa também figura como parceira no ambicioso projeto Stargate, da OpenAI, embora a CEO Catz tenha afirmado que o consórcio “ainda não está formalizado”.
A Oracle segue colhendo frutos da sua base instalada. A receita com serviços de nuvem e suporte a licenças somou US$ 11,7 bilhões, superando a expectativa de US$ 11,59 bilhões. Já a receita com licenças em nuvem e instalações locais atingiu US$ 2,01 bilhões, também acima dos US$ 1,82 bilhões projetados.
Com um portfólio cada vez mais orientado à nuvem e IA, a Oracle busca consolidar seu lugar no mercado de infraestrutura crítica — competindo diretamente com gigantes como AWS, Microsoft Azure e Google Cloud.