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Oracle supera previsões e prevê salto de 70% na receita de nuvem em 2026

Com receita de US$ 15,9 bilhões no trimestre e crescimento de 11%, Oracle projeta avanço acelerado da nuvem e mira US$ 104 bilhões em faturamento até 2029

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 12 de junho de 2025 às 06h41.

Última atualização em 12 de junho de 2025 às 06h43.

 

A Oracle divulgou na quarta-feira, 26, resultados financeiros acima das expectativas do mercado, impulsionando suas ações em cerca de 8% no pós-mercado. A gigante de software também sinalizou um crescimento expressivo em sua divisão de infraestrutura de nuvem para o próximo ano fiscal.

No trimestre fiscal encerrado em 31 de maio, a Oracle reportou receita de US$ 15,9 bilhões, acima dos US$ 15,59 bilhões esperados pelos analistas da LSEG. O lucro ajustado por ação foi de US$ 1,70, frente a uma expectativa de US$ 1,64. A receita subiu 11% em comparação ao mesmo período do ano anterior, com lucro líquido de US$ 3,43 bilhões.

Para o primeiro trimestre fiscal de 2026, a companhia projeta lucro ajustado entre US$ 1,46 e US$ 1,50 por ação, com crescimento de receita entre 12% e 14%, acima da expectativa de 12,4%.

 

Nuvem em aceleração e planos ousados até 2029

A principal aposta da Oracle está no crescimento da infraestrutura em nuvem, cuja receita subiu 52% no último trimestre. Para o próximo ano fiscal, a CEO Safra Catz prevê uma aceleração para mais de 70% de crescimento, com a receita total da Oracle ultrapassando US$ 67 bilhões — acima da projeção de US$ 65,18 bilhões do mercado.

A longo prazo, a executiva afirmou que a companhia deve superar a meta de US$ 104 bilhões de receita anual até 2029, estabelecida em setembro do ano passado.

O cofundador Larry Ellison revelou que a Oracle recebeu um pedido “sem precedentes” de um cliente não identificado por toda a capacidade disponível de nuvem da empresa. “Nunca vimos algo parecido”, disse.

Com a demanda crescente, os investimentos também dispararam. O capex (gastos de capital) ultrapassou US$ 21 bilhões no ano fiscal de 2025, e deve exceder US$ 25 bilhões no próximo período. Ellison admite que estão tentando reduzir custos, mas a procura "quase insaciável" obriga a expansão.

Parcerias e apostas em IA

Durante o trimestre, a Oracle anunciou parcerias estratégicas com a Cleveland Clinic e o fundo soberano G42, dos Emirados Árabes, para desenvolver uma plataforma de IA voltada à saúde. Também firmou compromissos de nuvem e consultoria com a IBM e viu a SoftBank adquirir a startup de chips Ampere, apoiada pela Oracle, por US$ 6,5 bilhões.

Outro movimento relevante foi a migração da varejista chinesa Temu para a nuvem da Oracle. E a empresa também figura como parceira no ambicioso projeto Stargate, da OpenAI, embora a CEO Catz tenha afirmado que o consórcio “ainda não está formalizado”.

Receita recorrente de serviços e licenças impulsiona base

A Oracle segue colhendo frutos da sua base instalada. A receita com serviços de nuvem e suporte a licenças somou US$ 11,7 bilhões, superando a expectativa de US$ 11,59 bilhões. Já a receita com licenças em nuvem e instalações locais atingiu US$ 2,01 bilhões, também acima dos US$ 1,82 bilhões projetados.

Com um portfólio cada vez mais orientado à nuvem e IA, a Oracle busca consolidar seu lugar no mercado de infraestrutura crítica — competindo diretamente com gigantes como AWS, Microsoft Azure e Google Cloud.
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