Apple: ex-CEO acredita que empresa está atrasada em IA (EarnestTse/Getty Images)
Repórter
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 05h49.
Última atualização em 13 de outubro de 2025 às 07h39.
A disputa pela liderança em inteligência artificial (IA) ganhou um novo capítulo com declarações do ex-CEO da Apple, John Sculley.
Segundo ele, a OpenAI representa a concorrência mais relevante que a Apple enfrenta em décadas.
Durante um evento em Nova York na quinta-feira, 10, Sculley afirmou que a empresa da maçã não tem tradição no desenvolvimento de IA e que o momento exige uma virada estratégica.
“Essa tecnologia não tem sido uma especialidade da Apple”, resumiu.
Com o avanço de rivais como Google, Meta, Amazon e a própria OpenAI, a Apple enfrenta pressão para apresentar soluções mais robustas em inteligência artificial.
Um dos sinais de atraso foi o adiamento, no início do ano, da atualização da Siri com recursos baseados em IA generativa.
Para Sculley, a transição do mercado não é apenas tecnológica — ela exige uma mudança no modelo de negócios.
A chamada IA agentic, que executa tarefas de forma autônoma, deve substituir gradualmente a lógica baseada em múltiplos aplicativos.
“Em vez de dezenas de apps, teremos agentes inteligentes que fazem tudo por nós”, afirmou o ex-executivo.
Esse novo cenário, segundo ele, favorece modelos de assinatura. O usuário pagaria pela utilidade contínua do serviço, e não por produtos isolados. “A economia deixa de ser centrada na venda de ferramentas e passa a ser baseada no uso.”
Sculley comandou a Apple entre 1983 e 1993. Antes, atuou como executivo da PepsiCo e ficou conhecido por liderar a campanha “Pepsi Challenge”.
Outro ponto citado por Sculley foi a atuação de Jony Ive, ex-diretor de design da Apple, que agora colabora com a OpenAI. A empresa de Sam Altman adquiriu a startup de Ive por mais de US$ 6 bilhões.
Conhecido por criar dispositivos como o iMac, o iPod e o iPhone, Ive agora trabalha no desenvolvimento de novos produtos com base em IA generativa. A expectativa é que esses aparelhos resolvam problemas causados pelo uso excessivo de smartphones e telas.
Para Sculley, a experiência de Ive em design de produtos físicos pode ser decisiva para traduzir a inteligência artificial em soluções concretas para consumidores.
“Ele tem o perfil ideal para criar essa ponte entre o mundo físico e o digital — ainda mais ao lado de Altman”, disse.