Ubisoft tem enfrentado muitos desafios nos últimos anos, incluindo críticas sobre decisões executivas, atrasos significativos e qualidade dos lançamentos, que levaram à quedas nas vendas e no valor de mercado da empresa (NurPhoto/Getty Images)
Redator
Publicado em 9 de julho de 2025 às 10h53.
A recente atualização do Contrato de Licença de Usuário Final (EULA) da Ubisoft, empresa francesa conhecida por games como Assassin’s Creed e Far Cry, está gerando reações negativas de usuários por exigir que todas as cópias sejam destruídas caso o suporte a esses produtos seja descontinuado.
Essa nova cláusula também estabelece que a Ubisoft pode encerrar o acesso dos jogadores aos títulos a qualquer momento, sem necessidade de explicações. Isso levantou preocupações sobre os direitos de propriedade, a transparência da empresa e a falta de controle sobre os produtos adquiridos.
Com a nova política, a Ubisoft afirma que os jogadores não são mais considerados donos dos jogos que compram, mas apenas licenciados para utilizá-los. Se o suporte de um título for descontinuado, o usuário deverá "desinstalar imediatamente o produto e destruir todas as cópias" em sua posse, conforme estabelecido no EULA atualizado.Por meio dessa medida, a empresa parece buscar proteção contra implicações legais e financeiras, principalmente em relação a produtos que não geram mais receita ou cujo suporte se tornou inviável.
Além disso, o texto da atualização permite que a Ubisoft ou seus licenciadores interrompam o suporte a qualquer título "a qualquer momento, por qualquer motivo". Isso pode ter sérias consequências para jogos modernos, que dependem de servidores online para até mesmo modos single player. A descontinuação desses servidores pode tornar um jogo inutilizável, independentemente de ser uma cópia física ou digital.
Qual o futuro dos games da Ubisoft?
Nos últimos anos, a Ubisoft tem enfrentado uma série de desafios, incluindo críticas constantes de sua base de fãs sobre decisões executivas, modelos de monetização e qualidade de seus lançamentos. A empresa também sofreu com atrasos significativos e quedas nas vendas, o que resultou em uma diminuição acentuada no valor de mercado nos últimos cinco anos.
Diante desse cenário, a Ubisoft firmou uma parceria com a gigante chinesa Tencent, que tem participações em estúdios como Riot Games (League of Legends) e Epic Games (Fornite), para um investimento de cerca de US$ 1,25 bilhão. O acordo, entretanto, não foi bem recebido pelos fãs, que ficaram novamente descontentes com a atualização do EULA.
Esses problemas financeiros, juntamente à deterioração da imagem pública da Ubisoft, sugerem que ela esteja buscando formas de se proteger legalmente contra possíveis interrupções de serviço ou cenários em que seus jogos antigos se tornem obsoletos ou inacessíveis para os jogadores.