Tecnologia

Sun desiste de cobrar por licenças de software

Empresa inaugura uma "quarta via" entre as empresas que vendem softwares

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h23.

A Sun Microsystems anunciou na semana passada que desistiu da idéia de cobrar pelas licenças de seus principais programas de computador e que vai oferecê-los no modelo open source. O anúncio foi feito pelo presidente mundial e COO (Chief Operating Officer) da Sun, Jonathan Schwartz, numa áudio-conferência acompanhada por EXAME.

A decisão significa que a Sun vai oferecer todos os seus softwares de graça e livres para serem modificados, a começar pelo sistema operacional Solaris (a versão do Unix da Sun), passando pelas versões de Java para empresas e chegando aos sistemas de gerenciamento corporativo.

"Vamos romper uma barreira de entrada que muitas empresas têm para adotar nossos softwares. Agora eles podem usá-los sem pagar licenças", afirmou Schwartz. A Sun pretende ganhar dinheiro com a venda de serviços. "Os clientes deverão comprar pacotes que incluem a manutenção e o recebimento de novas versões dos programas, entre outros benefícios", disse o executivo.

Na prática, a decisão não muda o quanto as empresas terão de desembolsar para ter softwares da Sun, pois o que era gasto com licenças será gasto como serviço. "O que muda é o balanço contábil da empresa que adquirir nossos programas, pois o custo de capital passa a ser operacional. Isso significa que a empresa não vai precisar comprar um ativo fixo, como acontecia até então", disse a EXAME André Echeverria, diretor de marketing da Sun no Brasil.

A nova estratégia da Sun consiste em se posicionar num modelo de negócios semelhante ao das empresas que trabalham com software livre, como a Red Hat: cobrar por manutenção e não por licenças. No entanto, como os programas da Sun são versões de Unix, a empresa inaugura numa espécie de "quarta via" entre as empresas que vendem software. A Sun deixa de vender softwares exclusivamente por licenças (como fazem Microsoft e SAP, por exemplo), não entra no bolo das companhias que vendem softwares proprietários e livres ao mesmo tempo (como acontece com HP e IBM) e nem se posiciona como uma distribuição usual de software livre.

Desde o surgimento do fenômeno do Linux, a Sun ouviu diversas críticas do mercado por não adotar um posicionamento claro em relação ao software livre. Enquanto IBM e HP mantiveram suas versões de Unix (o AIX e o HP-UX, respectivamente), mas também embarcaram no software livre, a Sun não fez uma coisa nem outra. Agora, decidiu abrir sua versão do Unix. É a primeira empresa do mundo a vender Unix como se fosse uma versão de Linux. "Nos posicionamos a partir de hoje como a empresa que oferece a mais completa alternativa aberta de softwares corporativos à Microsoft", disse o presidente da Sun.

Hoje, a venda de software representa 10% do faturamento global da Sun, que em no ano fiscal de 2005 foi de 11 bilhões de dólares. "Quem tem volume ganha o mercado, principalmente o de tecnologia. Abrimos nossos programas para ganhar em penetração e faturamento", afirmou Schwartz.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Tecnologia

YouTube libera monetização completa para vídeos com palavrões nos primeiros sete segundos

Aplicativo de namoro desativa função após vazamento 'gigante' de mensagens sobre infidelidade

Opera denuncia Microsoft ao Cade por conduta anticompetitiva no navegador Edge

Anthropic negocia nova rodada de financiamento de até US$ 5 bi e pode triplicar valor de mercado