Tecnologia

Tesla troca foco em carros elétricos por inteligência artificial e “abundância sustentável”

Novo “Master Plan” de Elon Musk é o mais curto da história da empresa, mas também o mais vago, levantando dúvidas sobre o rumo da montadora

Publicado em 4 de setembro de 2025 às 10h01.

 

A Tesla deixou de lado a missão original de acelerar a adoção de veículos elétricos e energia renovável para mirar em inteligência artificial, robôs humanoides e carros autônomos.

Essa mudança aparece no “Master Plan 4”, divulgado no início do mês pelo CEO Elon Musk diretamente no X, sua rede social — e não no site oficial da companhia. Com apenas 983 palavras, o documento é o mais curto da série (os anteriores foram publicados em 2006, 2016 e 2023), mas também o mais genérico.

O texto fala em criar produtos avançados, acessíveis e “disponíveis em escala”, de modo a promover uma “abundância sustentável” e até um “crescimento infinito”.

O tom utópico chamou a atenção: analistas da imprensa especializada apontaram que o plano se parece mais com uma palestra motivacional do que com um roteiro estratégico para a Tesla. Há até especulações de que parte do texto teria sido escrito pelo Grok, o chatbot da xAI, outra empresa de Musk.

 

O que mudou em relação aos planos anteriores

Os três planos anteriores, apesar de ambiciosos, traziam metas concretas — como lançar carros elétricos acessíveis, desenvolver a tecnologia de direção autônoma ou expandir soluções de energia solar. Já o novo documento não apresenta cronogramas, nem produtos específicos.

Essa falta de clareza contrasta com o momento da Tesla. A empresa enfrenta quedas nas vendas, aumento da concorrência no setor de elétricos e atrasos em projetos emblemáticos, como os robotáxis e os telhados solares.

Entre os usuários do X, muitos compararam o texto a um Ted Talk, cheio de expressões inspiradoras, mas sem plano prático. A ideia de que a IA pode resolver a escassez global, por exemplo, soou mais ideológica do que realizável no curto prazo.

Para críticos, a retórica de Musk sobre “crescimento infinito” dialoga com certas correntes libertárias, mas ignora as dificuldades reais de execução — de robôs humanoides ainda em fase experimental ao desafio de tornar a direção autônoma segura e regulamentada.

Ao trocar metas técnicas por conceitos vagos como “abundância sustentável”, a Tesla corre o risco de enfraquecer a credibilidade construída com os planos anteriores. A dúvida que fica é se o “Master Plan 4” representa uma visão de futuro em construção ou apenas um discurso para distrair dos desafios imediatos da empresa.

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