De acordo com dados do Dow Jones Market Data, as ações da Apple apresentaram uma queda média de 0,1% no dia do anúncio principal de seus produtos.
Repórter
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 06h39.
Última atualização em 10 de setembro de 2025 às 09h39.
A Apple (AAPL) anunciou na terça-feira, 9, a nova linha de iPhones, com o lançamento do antecipado iPhone Air (a versão mais fina do smartphone da marca até agora). A família de dispositivos, no entanto, não animou os investidores e deixou um gosto azedo em Wall Street exceto por um fator: os preços.
Apesar das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a companhia comandada por Tim Cook decidiu manter os preços estáveis. O iPhone 17, por exemplo, terá o preço inicial de US$ 799, assim como seu antecessor, o iPhone 16.
"Eles estão aproveitando sua escala para tentar manter os preços onde estão", disse Tom Mainelli, chefe do Device & Consumer Research Group da IDC, em entrevista à Reuters. "Acho que a Apple, assim como a maioria dos fornecedores de tecnologia, está muito ciente, especialmente nos EUA, de que as tarifas vão impactar a capacidade de consumo dos consumidores na segunda metade deste ano. Então eles vão segurar os preços e tentar permitir que as pessoas façam o upgrade agora até o final do ano pelo mesmo preço do ano passado."
Investidores e analistas acreditavam que a Apple aumentaria os preços dos iPhones, uma vez que a empresa deve gastar mais de US$ 1 bilhão neste trimestre somente com os custos das tarifas. A decisão de manter os preços estáveis foi vista pelo mercado como um movimento estratégico para afastar a concorrência, incluindo gigantes como Samsung e Google, especialmente em mercados importantes como o EUA e a China.
“Manter os preços mais ou menos estáveis é uma decisão estratégica importante, demonstrando a compreensão de que a economia global está em uma situação muito sensível no momento”, disse Nabila Popal, diretora sênior da International Data Corporation, grupo de inteligência de mercado, em entrevista ao Financial Times. “A Apple está enviando um sinal forte aos seus consumidores de que entendem as pressões que estão enfrentando.”
As ações da Apple continuavam sua jornada de queda nesta quarta-feira, 10, caindo 0,44% às 5h15, no horário de Brasília. Na terça, após o fim do evento, caíram 1,8% — o que não é exatamente uma novidade. Isso porque historicamente os papéis da gigante de tecnologia caem após o anúncio de uma nova line-up.
O próximo desafio será entender se seus consumidores querem essas mudanças e se o mercado estará disposto a continuar a apostar na marca de Cupertino.