Tecnologia

Walmart cresce US$ 150 bi em receita; nos últimos 5 anos a empresa cortou 70 mil empregos no mundo

Rede mantém 1,6 milhão de trabalhadores nos EUA, mas automatiza funções e reduz ritmo de contratações globais

Walmart é a maior empregadora do setor privado dos Estados Unidos, com 2,16 milhões de trabalhadores ao redor do mundo (Yichuan Cao/NurPhoto/Getty Images)

Walmart é a maior empregadora do setor privado dos Estados Unidos, com 2,16 milhões de trabalhadores ao redor do mundo (Yichuan Cao/NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 3 de junho de 2025 às 10h46.

A rede varejista Walmart é a maior empregadora do setor privado dos Estados Unidos, com 2,16 milhões de trabalhadores ao redor do mundo em 2024. Ela celebra receita recorde, inauguração de novas lojas e valorização das ações. Um número, entretanto, que não cresce de acordo com a expansão é o de funcionários. Nos últimos cinco anos, na verdade, ele diminuiu em quase 70 mil, ao mesmo tempo que suas receitas cresceram em US$ 150 bilhões.

A explicação para esse paradoxo está na forte aposta em automação e tecnologia. Segundo analistas de Wall Street consultados pelo Financial Times, a Walmart tem investido na substituição de tarefas repetitivas e físicas, como descarregamento de paletes e atualização de etiquetas de preços, enquanto expande o ecommerce. A inteligência artificial é vista como possibilidade para potencializar ainda mais esses ganhos de eficiência.

Executivos da empresa, porém, defendem que os investimentos tecnológicos não reduzem empregos, mas criam novas funções para os trabalhadores. Para Doug McMillon, CEO da empresa, “as tarefas serão automatizadas. Empregos mudarão. E, daqui a muitos anos, ainda empregaremos muitas pessoas e teremos orgulho disso.” A meta é manter o crescimento das vendas em 4% ao ano, sem aumentar significativamente o número de empregados.

O futuro do emprego no varejo é motivo de preocupação, já que o setor é responsável por cerca de 10% da força de trabalho dos Estados Unidos e é importante para inclusão no mercado de trabalho de pessoas sem diploma universitário.

Na última década, o número de trabalhadores empregados pela Walmart no país permaneceu praticamente o mesmo: 1,6 milhões. Além disso, no período analisado, a média salarial aumentou abaixo do crescimento das vendas – 28% contra 36% —, reflexo da busca por maior produtividade por hora trabalhada.

Mesmo com a automação, a Walmart deve contratar cerca de 300 trabalhadores para abrir as mais de 150 lojas físicas e dezenas de unidades Sam’s Club planejadas para os EUA. No entanto, essa expansão contrasta com ajustes estruturais em outras áreas, como tecnologia e publicidade, foco das 1.500 demissões do último mês.

Vanguarda em contraste com rivais

Diferentemente da Walmart, concorrentes como Costco, Target e Home Depot ampliaram seu quadro de funcionários em dezenas de milhares e a Amazon quase dobrou seu efetivo mundial, chegando a 1,6 milhões.

Apesar do contraste, Neil Saunders, analista da GlobalData, entende que “o futuro é a automação, porque a mão de obra é muito cara. A Walmart está na vanguarda dessa transformação”.

Resta saber onde estarão alocados os trabalhadores no futuro, em que quantidade e se sua remuneração acompanhará os ganhos expressivos de produtividade trazidos por tecnologias como a inteligência artificial.

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