ESG

Brasil emite primeiros créditos de carbono por agricultura regenerativa nas Américas

Sofia Schuck

4 de julho de 2025 às 15:17

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O Brasil acaba de conquistar uma posição de destaque no mercado global de carbono ao emitir os primeiros créditos por agricultura regenerativa nas Américas e desponta como um 'celeiro de oportunidades' neste ano de COP30.

Divulgação/Divulgação

A certificação histórica foi concedida pela Verra, maior referência mundial no mercado voluntário, e marca o início de uma nova era para o setor agropecuário que é hoje a maior fonte das emissões nacionais pela gestão do uso da terra.

Kadek Bonit Permadi/Getty Images

O projeto foi desennvolvido pela climate tech anglo-brasileira NaturAll Carbon e segue a metodologia Agriculture Land Management, sendo o segundo do mundo deste tipo, apenas atrás de um recente na Romênia.

Luciano Candisani/Votorantim/Divulgação

A Fazenda Flórida, localizada no Mato Grosso do Sul, foi a contemplada para ser modelo por suas práticas regenerativas. Com cerca de 3 mil hectares e histórico de pecuária extensiva, a propriedade comprovou possível remover carbono da atmosfera de forma "mensurável e escalável".

Freepik/

Um estudo recente do BCG demonstrou que o Cerrado pode gerar US$ 100 bilhões ao PIB brasileiro com agricultura de baixo carbono, por meio de ações que conciliam aumento de produtividade com sustentabilidade.

John Khuansuwan/Freepik

Para quantificar os créditos, foi utilizada a tecnologia "DayCent", a principal para simulações de carbono em solos agrícolas. O monitoramento é realizado por sensoriamento remoto, imagens de satélite e uma base de dados geoespacial.

Leandro Fonseca /Exame

Segundo a NaturAll, o diferencial do projeto está em sua estrutura como agrupamento de propriedades rurais elegíveis. A configuração permite que novas fazendas sejam incluídas a qualquer momento, mediante confirmação de elegibilidade e sem necessidade de um novo processo.

Luciano Candisani/Votorantim/Divulgação

Com atuação em vários estados brasileiros e foco no Cerrado na zona de transição com a Amazônia, o objetivo é contemplar várias fazendas privadas que adotam práticas como recuperação de pastagens degradadas.

/Divulgação

Segundo Alexandre Leite, cofundador e CEO da NaturAll Carbon, a emissão dos primeiros créditos representa um divisor de águas para o setor no Brasil e marca o início formal de um mercado que reconhece e recompensa produtores por atuar em práticas regenerativas.

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