10 de julho de 2025 às 16:25
A poucos meses da Conferência do Clima de Belém, a COP30, são muitas as evidências da posição contraditória em que se encontra o Brasil.
Se por um lado dispõe de um arsenal comprovado de soluções ambientais reconhecidas internacionalmente, por outro convive com uma crescente polarização política que isola o Ministério do Meio Ambiente e fragiliza a articulação institucional necessária para liderar as negociações.
Enquanto os Institutos Arapyaú e Itaúsa lançavam um relatório mapeando 40 soluções climáticas escaláveis já implementadas no país, a ministra Marina Silva enfrentava uma nova rodada de ataques hostis na Câmara dos Deputados, como já havia acontecido no Senado em maio.
Em entrevista à EXAME, a advogada Renata Piazzon, que comanda o Arapyaú e se tornou referência em filantropia climática internacional, analisou as possibilidades depois de retornar de recentes encontros sobre clima.
O relatório Soluções em Clima e Natureza do Brasil foi produzido a partir de três meses de trabalho com 70 especialistas, sistematizando iniciativas que abrangem os maiores setores emissores de gases de efeito estufa: agricultura, pecuária, florestas, energia e bioeconomia.
Entre as iniciativas consolidadas, destaca-se o mercado brasileiro de bioinsumos, que movimenta R$ 5 bilhões anuais com crescimento quatro vezes superior à média mundial. O país também lidera globalmente no monitoramento florestal por satélite, para o combate ao desmatamento.
"A natureza precisa ser competitiva, e criar mecanismos como créditos de carbono e biodiversidade e pagamentos por serviços ambientais é essencial para isso", destacou Renata.