7 de julho de 2025 às 14:53
No dia 3 de julho de 2025, passamos a estar mais perto de 2050 do que de 2000. Pensando que o mundo caminha rapidamente para a metade do século, o que podemos fazer diferente daqui para frente?
Simbólico ou não, a Natura acaba de atualizar sua "visão para 2050", um caminho redesenhado a partir de agora e que guia seus próximos passos na agenda de regeneração.
"Sustentar o mundo como é hoje não é mais possível, precisamos mudar e curar, restaurar e regenerar", destacou o CEO da Natura, João Paulo Ferreira, durante o evento de lançamento nesta sexta-feira, 4.
O documento nasceu há 10 anos e é "vivo", assim como o mundo em constante transformação, se moldando ao contexto de novas tecnologias, soluções e inovação. Por isso, a "revisita", foi feita a mais de 100 mãos. Quando falamos de visão, estamos falando de ambição que vira ação".
Com a revisitação de compromissos públicos e mais ambição rumo à 2050, a gigante de cosméticos caminha para estar sistematicamente transformada em um negócio 100% regenerativo nos próximos 25 anos.
Embora não seja simples 'quantificar' o valor da vida, a companhia adota no dia a dia um índice batizado de "iP&L" para mensuração dos seus impactos nas mais diversas áreas. Além do desempenho financeiro, a ferramenta mede outros três fluxos: capital natural, social e humano.
Em entrevista à EXAME, Ana Costa, VP Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Natura, destacou que o grande diferencial do redesenho da 'visão 2050' é justamente falar em ser positivo em todos os capitais e ser totalmente regenerativo está atrelado a este impacto em cada um.
Em um contexto geopolítico complexo de guerras, crise climática e retrocessos na agenda social e ambiental, a VP foi incisiva: "retroceder nunca foi uma opção".
Em 2030, a Natura quer gerar um impacto socioambiental quatro vezes maior do que o resultado financeiro. Ou seja, a cada dólar de receita deve gerar quatro dólares de resultado para a sociedade.
Em 2024, a Natura bateu 6 anos antes algumas de suas metas para 2030. Uma delas é a de conquistar 95% de fórmulas biodegradáveis (chegou a 97,3%). Outra foi alcançar 46 comunidades agroindustriais na Amazônia, o compromisso inicial era 45.
Fundada em 1969, a sustentabilidade sempre foi central para a Natura. Mas se naquela época havia um "fascínio" por ingredientes sintéticos, após 20 anos a empresa sintetizou suas ideias de impacto positivo ao lançar a "visão 2050" em 2014.
Atualmente, são 20 agroindústrias da Natura no bioma, e a última lançada recentemente foi um marco ao ser a primeira 100% movida a energia solar e em área de várzea, na Ilha das Cinzas (PA).