ESG

Poluição por ansiolíticos no mar está mudando comportamento dos peixes - e ameaça espécies

Letícia Ozório

16 de abril de 2025 às 15:16

David Malan/Getty Images

A poluição dos ecossistemas aquáticos, que já ameaçava a alimentação e habitat dos peixes, agora mostra impactos também na atividade neurológica dos animais.

Marcos Santos/USP Imagens/Agência USP

Um estudo recente publicado na revista científica Science descobriu que o descarte inadequado do clobazam, um ansiolítico comum utilizado no tratamento da ansiedade, está alterando o comportamento do salmão selvagem do Atlântico.

Pesquisadores da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas realizaram um experimento no Rio Dal, na Suécia, para estudar como o medicamento afeta a migração da espécie.

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Ao rastrear 279 salmões, eles observaram que os peixes expostos à substância migraram com mais rapidez, atravessando barreiras com mais velocidade do que os peixes não expostos.

by wildestanimal/Getty Images

Embora isso pareça um benefício, o estudo explica que pode gerar impactos ecológicos negativos a longo prazo.

A maior velocidade na migração dos salmões pode torná-los mais propensos a riscos, com exposição maior a predadores e a outros perigos.

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De acordo com Jack Brand, líder do estudo, essas alterações podem afetar o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos, com consequências imprevisíveis para a biodiversidade.

Romeo GACAD / AFP/Getty Images

Também foi observado que os peixes formaram cardumes mais dispersos na presença de predadores, o que aumenta a vulnerabilidade dos indivíduos.

O aumento de substâncias farmacêuticas nas águas também está vinculado ao desenvolvimento de bactérias resistentes, prejudicando a eficácia de medicamentos. Especialistas apontam que os métodos de tratamento de águas não são suficientes para remover esses compostos.

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