ESG

RS em alerta: "As cidades só agem após o desastre, a prevenção não dá voto", diz Léo Farah

Sofia Schuck

30 de junho de 2025 às 09:00

Leandro Fonseca/Exame

Há um pouco mais de um ano da maior catástrofe climática de sua história, o Rio Grande do Sul volta a enfrentar o pesadelo das chuvas intensas.

Getty Images/

No último fim de semana, a Defesa Civil emitiu um alerta para o estado sobre a possibilidade de cheias dos rios devido a níveis altos de água previstos nas próximas horas.

REUTERS/Erik De Castro/Reuters

Léo Farah, CEO e fundador da ONG Humus, organização sem fins lucrativos fundada em 2021 e especializada em resposta e prevenção de desastres, destaca que os eventos climáticos extremos são o 'novo normal' e que mesmo assim a adaptação climática continua não sendo prioridade.

Germano Lüders/Exame

Para o especialista, episódios como o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, em 2015 e anos após em Brumadinho nos evidenciam que "claramente vai acontecer de novo e muito mais rápido do que imaginamos".

Nelson Almeida/AFP/Getty Images

"A pergunta, é: quantas tragédias ainda serão necessárias para que prevenir finalmente "dê votos" no Brasil?", refletiu em entrevista à EXAME.

Denis Charlet / AFP/AFP

Segundo o especialista que tem mais de 20 anos de experiência em resgates e tem uma equipe exclusiva de bombeiros na ONG, o grande problema das cidades é que elas só agem após o desastre. "A prevenção não dá voto", destacou.

NELSON ALMEIDA/AFP

Para Farah, as soluções para tornar cidades mais resilientes já existem e não é necessário reinventar a roda. "Precisamos apostar no que funciona e replicar", defendeu.

Gilvan Rocha/Agência Brasil

A exemplo de ações imediatas, o especialista cita medidas de desassoreamento dos rios, uma das principais causas do agravamento das enchentes, visto sua menor capacidade de escoamento.

Mestre1305/Freepik

Atualmente, estudos sugerem que a cada dólar que você investe em adaptação, você está economizando de 10 a 15 dólares na resposta. As enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul geraram perdas bilionárias estimadas em 13 bilhões de reais.

JOSH EDELSON/AFP

O CEO da Humus também contou a EXAME que se inspira em um modelo japonês de prevenção para em breve construir um centro nacional de treinamento em desastres no Brasil.

Freepik/

"Nosso interesse é em conseguir arrecadar 20 milhões de reais para construir o novo centro. É um investimento que é ínfimo perto das perdas que você tem", argumentou Farah.

Leia mais em EXAME ESG