8 de julho de 2025 às 14:12
O Minha Casa Minha Vida (MCMV) passou a aceitar o financiamento de imóveis usados em todas as faixas do programa em 2023.
Desde então, a presença deles no programa praticamente triplicou, indo de 42 mil em 2022 para 120 mil em 2023. Mas o pico mesmo foi em 2024, com 155 mil unidades financiadas.
Criado em 2009, o programa habitacional tinha duas questões fundamentais: atender a necessidade das famílias de baixa renda e estimular a atividade econômica num contexto de crise econômica mundial.
Para o setor de construção, o MCMV de fato teve uma importância significativa. De todas as vendas de imóveis novos em 2024, 47% foram adquiridos das incorporadoras através do programa, segundo dados da CBIC (Câmara Brasileira da Industria da Construção).
“A tendência é que ocorra uma redução dos imóveis novos que compõe o total de unidades financiadas pelo MCMV, mas não uma eliminação”, afirma Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção do FGV Ibre, responsável por compilar os dados do Ministério das Cidades.
A especialista afirma isso já que o próprio setor produtivo também precisa do financiamento do imóvel usado como parte da dinâmica de mercado.
“Muitas famílias que ascendem economicamente só vão conseguir comprar um imóvel da faixa seguinte se conseguirem vender o seu usado para alguém que esteja enquadrado nas exigências do programa”, explica.
Além disso, Castelo lembra ser preciso pensar geograficamente e entender a dinâmica local de cada região.